Colômbia: Presidente pede que ELN se junte a cessar-fogo das Farc
O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, convidou o Exército de Libertação Nacional (ELN) — segunda maior guerrilha do país — a se somar ao cessar-fogo unilateral decretado pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em meados de dezembro. O mandatário realiza, desde 2012, um processo de negociações com as Farc para chegar a uma solução que culmine no fim do conflito, que já dura mais de 50 anos no país.
Por Vanessa Martina Silva, na Opera Mundi
Publicado 06/01/2015 15:56

“Queremos convidar o ELN a se somar à iniciativa de um cessar-fogo unilateral, tal como as Farc fizeram”, afirmou o presidente nesta segunda-feira (5), durante encontro em Cartagena com a equipe negociadora do governo que participa dos diálogos de paz em Havana, Cuba.
Santos também demonstrou pressa em chegar a um acordo definitivo com a equipe negociadora da guerrilha que está em Havana, onde participa dos diálogos de paz. “Queremos convidá-los a chegar a um acordo o mais rápido possível sobre os pontos da agenda que temos discutido há algum tempo”, afirmou o mandatário.
Apesar de não ter concordado com a guerrilha em decretar um cessar-fogo bilateral, Santos valorizou a iniciativa das Farc e ressaltou que a trégua “está sendo cumprida” e voltou a insistir que é preciso mover-se rápido para o “caminho da paz e não da guerra”.
Com relação à orientação do governo, muito criticada pelas Farc, de que era preciso “negociar como se não existisse guerra ou conflito e manter a ofensiva militar como se não existisse processo de paz”, Santos ressaltou que “agora são outras as circunstâncias e que a afirmação já não procede” e declarou ainda que a equipe negociadora do governo tem ordens para chegar a um acordo o mais rápido possível.
Crítico implacável dos diálogos de paz travados por Santos, o ex-presidente e senador Álvaro Uribe criticou a afirmação de que a guerrilha está cumprindo o cessar-fogo e afirmou que o mandatário “cria confusão nas Forças Armadas para que tolerem o ‘terrorismo’ e confunde a opinião pública para absolver as Farc”.