CTB reafirma compromisso com diálogo, mas não abre mão das conquistas

O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adílson Araújo, em entrevista à Rádio Vermelho, reafirmou o compromisso da classe trabalhadora no apoio ao governo da presidenta Dilma Rousseff, mas destacou que os trabalhadores não abrem mão das conquistas e querem mais avanços.

De São Paulo, Dayane Santos, para a Rádio Vermelho

Adilson Araújo CTB

O sindicalista falou sobre as propostas que a central vai levar para o encontro com o ministro da Casa Civil, Aloisio Mercadante, que deve acontecer em três semanas, sendo a primeira reunião entre as centrais e o governo nesse segundo mandato de Dilma.

“A expectativa com o novo governo vai ao sentindo de fazer consagrar aquilo que foi matéria de debate em campanha. A classe trabalhadora derrotou a tese daqueles que advogam a precarização do trabalho. Fomos parcela importante no curso da batalha política, somando forças não somente na reeleição de Dilma, mas pela manutenção do nosso projeto. Ao acelerar esse estágio de desenvolvimento, nós criamos um ambiente para que o Brasil possa se tornar uma nação cada vez mais promissora”, enfatizou Adílson.

Segundo ele, para alcançar o desenvolvimento é imperativo uma mudança no curso da política macroeconômica “que tem sido substancialmente muito conservadora”. A saída, segundo Adílson, está na perspectiva de nova da exploração do petróleo com o pré-sal, na valorização da indústria nacional com uma política de defesa do conteúdo local, associado a mais investimentos sociais, manutenção de políticas como a valorização do salário mínimo, geração de emprego e renda.

No empenho pela promoção do diálogo permanente, ele afirma: “O melhor caminho é fazer com que o diálogo seja possível e que o entendimento seja o melhor para o trabalhador, que não conduza a mais prejuízos, já que a classe trabalhadora historicamente sempre foi a parcela mais prejudicada da sociedade”.

Medidas amargas

Adílson também comentou sobre as medidas anunciadas pelo ministério da Previdência Social, que alteram os prazos para concessão de benefícios. “Recebemos o anúncio como um balde de água fria, embora a gente compreenda que se inicia um estágio de debate que vai para o Congresso Nacional. Evidentemente vai exigir muito da classe trabalhadora que deverá exercer o poder da mobilização, pois sem pressão não vamos conseguir lograr êxito”, destacou.

Adílson também salientou que o problema de caixa do governo “não está localizado no abono salarial, no seguro-desemprego, nem no auxílio-doença e muito menos nas pensões”. Ele ainda rebateu a afirmação feita pelo novo ministro da Previdência, Eduardo Gabas, de que as centrais sindicais foram amplamente informadas.

“As centrais vinham discutindo com o governo federal e enfatizando que a saída não poderia ser justificada a partir do ônus que o trabalhador viesse a pagar. O que precisa ser feito é separar o joio do trigo. Uma medida amarga que foi deliberadamente tomada pelo governo, pois não houve anuência das Centrais. Recebemos a proposta depois que o decreto foi publicado através de um e-mail, ou seja, não houve diálogo conforme estava previsto”, asseverou Adílson.

Ouça a íntegra da entrevista do presidente da CTB, Adílson Araújo, na Rádio Vermelho: