Esquadrões neonazistas desobedecem a governantes na Ucrânia
Os esquadrões neonazistas do Setor Direito, tropa de choque no golpe de Estado de 22 de fevereiro de 2014 na Ucrânia, desacatam o chamado à ordem do Ministério da Defesa, assegurou um assessor presidencial.
Publicado 07/01/2015 13:36

Yuri Biryukov, assistente do presidente Petro Poroshenko, afirmou em declarações a uma TV local que essas falanges integradas por extremistas recrutados entre agressivos fanáticos de clubes de futebol se negam a cumprir serviço por contrato nas Forças Armadas.
"Pessoalmente, propus ao Setor Direito um esquema de legalização completa. Em particular, sugeriu-se uma variedade de opções que contemplam o serviço militar por contrato, mas eles se negaram", acrescentou o servidor público.
"Nas Forças Armadas existe antes de mais nada disciplina, ordem, um sistema de subordinação e comando", disse Biryukov ao criticar a atitude dos que lideraram as ações violentas durante as revoltas que desembocaram na derrubada do presidente Víktor Yanukóvich.
"Quando uma divisão patriótica (corpo de voluntários aliados aos governantes que chegaram ao governo após o golpe de fevereiro) quer ser algo legalizado, mas autônomo e não obedecer a ninguém, isso é pura ficção científica", concluiu o assessor de Poroshenko.
O Setor Direito foi constituído em 2013 como uma suposta federação de nacionalistas radicais ucranianos a partir de "barras bravas" de clubes de futebol desse país conhecidos como "ultras".
Enquanto de maneira oficial estas falanges declaravam que seu objetivo final era a fundação de "um estado nacional ucraniano através da revolução", desde seu surgimento começaram a exigir a integração com a União Europeia e a ruptura de qualquer relação com a Rússia.
Convertidos em núcleo e tropa de choque dos protestos iniciados pelo movimento do Maidán em Kiev e que de fato dividiram o país, os extremistas do Setor Direito são os principais suspeitos do assassinato de dezenas de pessoas na Casa dos Sindicatos incendiada em Odessa.
Igualmente, os milicianos das Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk e o Comitê de Investigações da Rússia acusaram a estes extremistas integrados à Guarda Nacional ucraniana de serem os executores do assassinato de centenas de pessoas enterradas em valas comuns encontradas em territórios que estiveram ocupados pelas tropas de Kiev.
Fonte: Prensa Latina