Polícia Militar reprime manifestação contra aumento do ônibus
Nesta sexta-feira, milhares de pessoas saíram às ruas para reivindicar a redução imediata das tarifas de ônibus. A manifestação liderada pelo Movimento do Passe Livre teve início com uma assembleia pública para definir o trajeto da passeata. A concentração se deu em frente ao teatro municipal.
Publicado 12/01/2015 05:07 | Editado 04/03/2020 17:16
A pouco de concluir seu objetivo chegando a praça dos ciclistas, percorrendo toda a Avenida da Consolação, alguns mascarados atiraram pedras contra os policiais. A tropa de choque da Polícia Militar revidou desproporcionalmente contra a manifestação ao invés de conter aqueles que destoavam da passeata pacífica.
Segundo a presidenta da União Nacional dos Estudantes, Virgínia Barros, entrevistada pouco antes do ato repressivo da PM, “o objetivo é passar uma mensagem fraterna para toda a população de São Paulo, em especial aos estudantes, sobre essa questão do transporte público na cidade e em todo estado. Recentemente tivemos uma grande conquista que foi o passe-livre para meio milhão de estudantes em São Paulo e agora estamos nas ruas para ampliar esse direito, afinal, se já garantimos passe-livre para uma parte tão expressiva da nossa população, significa que tarifa zero é possível. A gente vai seguir mobilizado nas ruas para desequilibrar a força dos empresários de transporte sobre a nossa política e para que a gente consiga ampliar o passe-livre para todos os estudantes de São Paulo”.
A ação truculenta resultou na dispersão dos manifestantes entre as ruas dos bairros arredores que, indignados com a violência dos militares atacaram estabelecimentos privados quebrando vidros e pichando muros. A operação atrapalhada da PM que colocou estabelecimentos privados em risco para proteger os lucros exorbitantes de outros, deteve mais de 50 jovens.
Segundo a Polícia Militar a passeata contou com a média de duas mil pessoas, em desacordo com o MPL que calculou algo em torno de 30 mil pessoas. O Movimento Passe Livre em nota oficial, ressaltou que a polícia reprimiu duramente a manifestação ao lançar bombas de gás, bombas de estilhaço mutilante e atirar com balas de borracha para impedir que a marcha chegasse à Avenida Paulista.
Para Carina Vitral, presidente da União Estadual dos Estudantes de São Paulo, é com a juventude reivindicando a ampliação desse direito nas ruas que o movimento conquistará a vitória. “Estamos nas ruas, como sempre estivemos e vamos lutar para garantir a ampliação desse direito, já são 500 mil estudantes que terão acesso ao passe-livre, o que é uma grande vitória, mas só na rua vamos conseguir conquistar passe livre irrestrito para todos os estudantes e estamos convictos disso”.