Polícia Federal prende Cerveró por movimentações suspeitas

Por movimentações financeiras suspeitas, após ser denunciado pelo Ministério Público Federal e responder a ação penal da Operação Lava Jato, o ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, foi preso nesta quarta-feira (14), no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, assim que desembarcou de viagem de Londres.

Nestor Cervero

A Polícia Federal informa que a prisão é preventiva. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, disse que não tinha conhecimento sobre a fundamentação para decretar a prisão preventiva, uma vez que havia comunicado à Polícia e ao Ministério Público a viagem e o endereço em que o ex-diretor estava desde dezembro.

"Nestor sempre se colocou à disposição de toda e qualquer autoridade, prestando, sempre, os esclarecimentos que lhe questionavam", afirmou o advogado.

Cerveró está na superintendência da Polícia Federal em Curitiba. A denúncia contra o ex-diretor foi aceita pelo juiz federal Sergio Moro, responsável pela operação, em dezembro, enquanto ele estava em viagem ao exterior.

O pedido partiu do Ministério Púbico Federal por considerar a existência de indícios de que "Cerveró continua a praticar crimes, como a ocultação do produto e proveito do crime no exterior, e pela transferência de bens (valores e imóveis) para familiares. Além disso, há evidências de que ele buscará frustrar o cumprimento de penalidades futuras".

A justificativa da prisão preventiva foi porque Cerveró fez movimentações financeiras para conseguir “dinheiro vivo”, o que segundo a Polícia Federal pode indicar o planejamento de fuga ou atrapalhar as investigações. De acordo com o delegado Igor Romário de Paula, Cerveró chegou a perder R$ 200 mil para conseguir os valores em espécie, em uma das operações. O ex-diretor também tentou transferir para sua filha R$ 500 mil.

Segundo as investigações, Cerveró teria transferido três apartamentos adquiridos com recursos de origem duvidosa, em valores nitidamente subfaturados. Segundo o Ministério Público, há evidências de que os imóveis possuem valor de mais de R$ 7 milhões, sendo que a operação foi declarada por apenas R$ 560 mil.

Com informações de agências