Portuários exigem condições dignas de trabalho após morte de operário

Operários da Concessionária Porto Maravilha, responsável pelas obras de modernização do Porto do Rio de Janeiro, realizaram manifestação nesta sexta-feira (16) para exigir melhores condições de trabalho.

Porturário protestam na praça Mauá contra morte de Operário - Agencia O Dia

O protesto aconteceu depois da morte de Stanley Meireles Lima, na quinta (15). Ele trabalhava na obra há cerca de dez dias e morreu após tomar um choque elétrico. A empresa é responsável pela execução das obras do novo sistema viário que está sendo implantado na região portuária do Rio.

Durante a manifestação, que aconteceu no centro da cidade, os empregados exigiram que a empresa se posicione o mais rapidamente possível sobre as reivindicações da categoria, prometendo, caso não haja nenhuma posição da concessionária sobre as reivindicações, uma nova manifestação na próxima segunda-feira (19).

Stanley Meireles Lima tinha 35 anos

A empresa, por sua vez, afirma que ainda está apurano a causa da morte do operário. Mas otrabalhador Junior dos Santos conta que as máquinas trabalham bem próximas às pessoas e alertou para a possibilidade de outros acidentes.
 
 

"É fio desencapado, as máquinas trabalham em cima das pessoas. Eles só querem correria para entregar a obra no aniversário do Rio de Janeiro. Se continuar do jeito que está, mais pessoas vão morrer aqui", afirmou o operãrio.

O trabalhador, de forma contundente, completa: "Quando o Ministério do Trabalho vem aí, eles começam a esconder os erros em cima da hora. Aí eles [fiscais do ministério] não encontram nada, mas quando eles vão embora continua a mesma coisa".

Os operários denunciam também a falta de ambulância de plantão permanente no local em que estão sendo executadas obras de grande porte. Segundo os manifestantes, se o funcionário tivesse recebido os primeiros socorros após o acidente, poderia ter salvado a sua vida. José Carlos Nascimento, que trabalha na obra, disse que a ambulância demorou cerca de 40 minutos para socorrer Stanley.

Sem vestígios

O diretor de contrato da obra, Alexandre Chiavegatto, falando em nome da concessionária, disse que as causas da morte de Stanley ainda estão sendo apuradas, e ainda não há nenhuma evidência sobre as causas da tragédia. "Estamos dependendo da autópsia para saber exatamente o que aconteceu. Nós não conseguimos identificar nenhum vestígio".

Apesar das denúncias dos trabalhadores, ele negou que a demora no atendimento seja a causa da morte do empregado. "Nós entendemos que não foi esse o motivo da morte do rapaz. De qualquer forma, em função do número de pessoas que temos trabalhando aqui, estamos disponibilizando, além das ambulâncias de apoio que temos, uma outra unidade fixa na área para não termos mais nenhum problema dessa natureza", disse. 

Da redação
Com informações da Agência Brasil