Governo espanhol nega às eleições catalãs caráter plebiscitário

O presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, desqualificou hoje o caráter plebiscitário que pretendem dar setores independentistas às eleições regionais convocadas para o próximo 27 de setembro.

Catalunha - AP/Manu Fernandez

Nessas eleições, como em qualquer outro lugar da Espanha, serão eleitos os membros do parlamento de Catalunha, explicou Rajoy, que afirmou que as eleições plebiscitárias não existem.

Em entrevista concedida à agência estatal EFE disse que o anúncio das eleições feito pelo presidente catalão, Artur Mas, obedece um objetivo partidário.

Mas, líder do partido Convergencia y Unión (CiU), e Equerra Republicana de Cataluña, acordaram dar à votação caráter plebiscitário, pois estimam que se os candidatos independentistas ganham, o parlamento formado como resultado terá um mandato para a secessão.

Perguntado sobre a possibilidade de que o governo da Espanha denuncie a proposta dessas eleições, Rajoy advertiu que "não pode ser feito o que não existe nem está previsto na lei".

Na sua opinião, não há um avanço do independentismo na Catalunha pois no que chamou de simulacro de referendo realizado no passado 9 de novembro, a votação a favor da independência não atingiu 30% do censo da população.

A mudança substancial – disse – é que o CiU, ou ao menos Artur Mas, se fez independentista, mas a grande maioria dos cidadãos da Catalunha não são.

Em termos econômicos nacionais Rajoy ratificou a previsão de um crescimento do produto interno bruto de 02% ou superior neste ano, depois do aumento de 1,3 ou 1,4, pendente de se confirmar em 2014.

Depois de apontar que entre 2008 e 2011 na Espanha foram perdidos 3,4 milhões de postos de trabalho, indicou que em 2014 houve mais de 400 mil filiados à Seguridade Social e se espera conseguir em 2015 mais de 500 mil a 600 mil. Questionado sobre vários escândalos de corrupção que afetam seu Partido Popular, o chefe do governo espanhol considerou que demonstram o fim da impunidade no país.

Fonte: Prensa Latina