Chinaglia quer Câmara com agenda nacional; Cunha fecha com ruralistas

A corrida pela Presidência da Câmara dos Deputados continua. Durante toda a última semana, o candidato Arlindo Chinaglia (PT-SP) percorreu o Nordeste, onde se reuniu com bancadas de deputados, governadores e prefeitos em busca de apoio à sua eleição.

Chinaglia e Flavio Dino

Já o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), formalizou o apoio de lideranças das bancadas evangélica e ruralista. Integrante da Igreja Sara Nossa Terra, Cunha comprometeu-se a trabalhar por articulações contra a aprovação de projetos relacionados à criminalização da homofobia e a aprovação dos estatutos do nascituro e da família, que assegurem que a constituição de família seja formada por casais heterossexuais.


Leia também:
Chinaglia rebate Cunha e acirra disputa na Câmara
Chinaglia, Cunha e Delgado percorrem o país em busca de votos

Para reforçar o coro da campanha de Cunha, entrou em cena o pastor Silas Malafaia, presidente da Assembleia de Deus Vitória em Cristo. Na campanha à Presidência da República, Malafaia manifestou seu apoio a Marina Silva, também evangélica. Agora, o pastor nada tolerante disse que resolveu manifestar-se em favor de Cunha porque o deputado Jean Wyllys (Psol-RJ), defensor das causas LGBT na Câmara, declarou que “não tem santo que me faça votar em Eduardo Cunha”.

Malafaia apoia Cunha

“Como eu tenho posições radicais contra o que ele [Wyllys] tem de ideologia, onde ele se manifesta ideologicamente com força, eu me manifesto ao contrário”, disse Malafaia.

A bancada ruralista, por sua vez, divulgou nota destacando que Cunha “abraçará as nossas causas” e, por isso, pede o voto para sua eleição. De fato, Cunha promete dar um tratamento especial à bancada ruralista com a reapresentação do projeto que transfere para o Congresso o poder de decidir sobre a demarcação das terras indígenas.

Atualmente, a demarcação é decidida pela União. Entidades dos movimentos sociais consideram tal medida um retrocesso que ameaça os direitos, principalmente da população indígena.

Efetividade das leis aprovadas

Já o deputado Arlindo Chinaglia tem se dedicado a estreitar os laços entre o campo mais progressista. “A Câmara Federal não é só para votar alterações ou novas leis e nós temos que acompanhar. Então o que eu quero é que a Casa, além de fazer votações de leis, crie grupos para continuar acompanhando esses temas, por exemplo, a Lei Maria da Penha e o quanto que ela diminuiu a violência ou o quanto que ela diminuiu os assassinatos?”, apontou Chinaglia.

Para o deputado, a Câmara Federal precisa ter uma agenda nacional, precisa discutir e votar os temas que interessam ao país, como economia, saúde, segurança pública, violência no trânsito, ou seja, tudo aquilo que atinge a vida do cidadão diariamente.

“A Câmara vem ano após ano se transformando apenas num espaço onde as demandas acontecem. Por isso eu defendendo que a Câmara tenha uma pauta, um programa e pelo menos um plano de trabalho. Foi o Senado, por exemplo, que nos últimos anos propôs e executou a reforma do Código Civil, está executando a reforma do Código Penal. A impressão que eu tenho ficado é que na Câmara nós, até certo ponto, nos contentamos com as circunstâncias das profissões que têm maior mobilização ou maior poder de pressão. Elas ditam a pauta da Câmara dos deputados”, salientou.

Encontro com Flávio Dino

Chinaglia fez uma visita, na quinta (15), ao governador do Maranhão Flávio Dino (PCdoB). A reunião também contou com membros da bancada maranhense no Congresso e na Assembleia Legislativa, em São Luís.

A distribuição dos royalties do petróleo foi um dos temas discutidos no encontro. “É importante para o Maranhão e tantos outros estados que essa questão seja definida. O Congresso precisa ter protagonismo para garantir melhorias aos brasileiros”, enfatizou Chinaglia. Flávio Dino reforçou que a posição do Maranhão é que a nova formação do Congresso Nacional valorize o estado.

Já a bancada do Maranhão – que é composta por Rubens Pereira Jr. (PCdoB), Victor Mendes (PV), Weverton Rocha (PDT), Waldir Maranhão (PP), Domingos Dutra (PT), Julião Amim (PDT), Deoclides Macedo (PDT), Pinto Itamaraty (PSDB) e João Castelo (PSDB) – disse que vai trabalhar para defender pautas do interesse do estado, com destaque à reforma política e tributária.

Chinaglia também esteve em Recife, capital de Pernambuco, onde se encontrou com o governador Paulo Câmara (PSB), além de parlamentares. O petista declarou ter firmado uma aliança com o também candidato Júlio Delgado (PSB-MG), para ter o apoio dele e dos partidos que o apoiam na sucessão, caso haja um segundo turno.

Nesta segunda (19), Chinaglia irá se reunir com os parlamentares do Paraná.

Eleição

A eleição para a Presidência da Câmara será dia 1º de fevereiro, com o encerramento do recesso legislativo. A eleição é feita a cada dois anos e é decidida por meio do voto direto dos membros das duas casas, Câmara e Senado.

Por que é importante? A Presidência da Câmara é o terceiro cargo na linha sucessória da República. Além dessa posição protocolar, o presidente tem importante papel na definição da agenda do Legislativo, já que é o presidente da Câmara que define a ordem na qual os projetos de lei serão discutidos e votados. Com um parlamento com perfil mais conservador e com um grande número de representantes do empresariado, ruralistas e ligados aos meios de comunicação, esse papel tem ainda mais relevância, já que figuram na pauta temas como reforma política, tributária e regulamentação econômica dos meios de comunicação.

Site

Além das redes sociais, o deputado Arlindo Chinaglia tem um site na internet (www.deputadochinaglia.com.br/site/) com suas propostas, notícias sobre a campanha à Presidência da Câmara e espaço para sugestões. Ele também disponibiliza um número no WhatsApp: (61) 8318.9151.

Da Redação
Com informações de agências