CUT: Papel dos movimentos sociais é empurrar governo para esquerda

O presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, em entrevista publicada no portal da central, destaca que o princípio adotado pela equipe econômica do governo de derrubar a economia para conter a inflação é um equívoco, tanto quanto abrir o capital da Caixa Econômica Federal.

Vagner Freitas presidente da CUT - CUT

Para o sindicalista, a atual política econômica está condicionando a economia para o pagamento aos rentistas. “Deve haver equalização das contas, porém, o governo está, inclusive, utilizando argumentos inconsistentes ao dizer que há fraude nos benefícios. Temos que fazer análise e punir os fraudadores, mas não simplesmente alegar que todo o sistema é fraudulento. Além disso, o valor da economia é irrisório para as contas do governo e muito caro para os trabalhadores que perdem o direito”, justificou.


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Sobre as medidas que alteram a concessão de benefícios previdenciários e trabalhistas, Freitas afirmou: “Há outros atores na sociedade com muito mais condições de arcarem com esse ajuste do que os trabalhadores que acessam o salário–desemprego, a pensão por morte, o auxílio-doença. Falamos para o governo, por exemplo, tributar as grandes fortunas. O sujeito compra iate, lancha e não é tributado. Assim como não é mais necessário o Brasil ter uma ditadura do superávit primário”.

Campanha eleitoral

Freitas lembrou que durante a campanha eleitoral as centrais promoveram o debate do desenvolvimentismo contra o conservadorismo. “Os apoiadores da campanha derrotada tinham o discurso da necessidade de frear a economia e o consumo e diminuir o valor do salário mínimo, até fazendo relação entre o crescimento do mínimo em contraposição ao menor crescimento da produtividade das empresas. Diziam que esse ciclo de construção de política de crédito e de expansão do mercado interno tinha acabado. O governo se elegeu com um discurso contrário a esse e as primeiras medidas, quando o governo anuncia ajuste e não taxa a lucratividade dos empresários, nos deixa preocupados”, destacou o sindicalista.

Ele destacou que, por se tratar de um governo de coalizão, o papel das centrais e dos movimentos sociais é empurrar para a esquerda. “O papel da CUT e dos movimentos sociais é empurrar para a esquerda. É dar condição para a presidenta Dilma colocar em prática o discurso que fez quando ganhou as eleições e que era completamente diferente do discurso do candidato derrotado. Precisamos fazer muita mobilização”, enfatizou ele, lembrando que as centrais definiram uma agenda de mobilizações que inclui o Dia Nacional de Luta, em 28 de janeiro, e a Marcha da Classe Trabalhadora no dia 26 de fevereiro.

Fonte: CUT