Indonésia mantém sentenças máximas a narcotraficantes 

Um total de 27 condenados por tráfico de drogas permanecem até hoje na Indonésia pendentes de execuções de pena capital, enquanto o presidente da República, Joko Widodo, rejeitou, de novo, qualquer compromisso de suspensão.

Rodrigo Muxfeldt Gularte, condenado à morte na Indonésia

A página digital Ásia News Network informou esta cifra dentro de um total de 133 presos, entre os quais estão incluídos dois terroristas e 74 assassinos.

Em declarações recolhidas pelo Jornal The Jakarta Post, o mandatário disse que a ameaça da extensão das drogas tem posto o país em "estado de emergência" ao longo dos anos.

Para sustentar esta posição declarou que cerca de 4,5 milhões de consumidores indonésios de narcóticos precisam de reabilitação, outro 1 milhão não podem ser curados e a cada dia morrem 50 por este motivo.

Widodo referiu-se a este problema durante uma visita a uma mesquita em Pontianak, em Kalimantan ocidental, onde pediu que os clérigos ajudem a população na elevação de sua consciência sobre os perigos de cair nas garras das substâncias ilegais.

Ele reiterou que rejeitará petições de clemência para 60 presos, nacionais e estrangeiros, que aguardam no corredor da morte, e revelou que alguns chefes de estado lhe contataram para anular as sentenças máximas do código penal vigente.

Seus comentários seguiram as seis execuções levadas a cabo no sábado (17) contra culpados de narcotráfico, entre os que figuravam cidadãos da Austrália, Holanda, Brasil e Vietnã, a favor dos quais apelaram seus respectivos governos, alguns dos quais retiraram seus embaixadores em Jacarta.

A comissão sobre defesa e assuntos exteriores alentou ao governo a manter-se firme ante futuras petições e aplaudiu a postura assumida por Widodo. O promotor geral HM Prasetyo manifestou que a Indonésia não sucumbirá à pressão estrangeira para deixar de cumprir com a lei.

Desta maneira, reagiu a preocupações expressadas pelo escritório do alto comissário das Nações Unidas sobre o continuado uso da pena de morte para crimes de droga no Sudeste Asiático.

Há dois dias, um tribunal no Vietnã emitiu oito condenações semelhantes a líderes de uma extensa rede de traficantes de heroína.

A Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) tem classificado tal delito entre os mais ameaçadores desafios para a estabilidade e o desenvolvimento da região.

Fonte: Prensa Latina