Seminário preparatório do Fórum Social Mundial acontece na Bahia

Estudantes, integrantes de ONGs e intelectuais participaram na tarde desta quinta-feira (22) da abertura do seminário internacional FSM rumo a Túnis, na Biblioteca Pública do Estado, Barris, em Salvador. O evento, que acontece até sábado (24), vai discutir ações a serem levadas à próxima edição do Fórum Social Mundial, em Túnis, Tunísia, de 24 a 28 de março. Delegações nacionais e internacionais, a exemplo da África do Norte, Marrocos, Palestina e Tunísia, participaram do evento.

Seminário FSM em Salvador - Ana Emília Ribeiro

A primeira mesa contou com Jussara Silveira, representante da Coordenação Nacional de Entidades Negras da Bahia (Conen-BA); Damien Hazard, coordenador da ONG Vida Brasil e diretor da Associação Brasileira de ONGs; Alaa Talbi, antropólogo e diretor executivo do Fórum Tunisiano dos Direitos Econômicos e Sociais (FTDES); Fabrício Prado, assessor da Secretaria da Presidência da República; e com o chefe de gabinete da Secretaria de Relações Institucionais (Serin), Martiniano Costa.

De acordo com Jussara Silveira, o Fórum é um espaço plural e democrático, que tem o poder de agregar as organizações sociais para promover uma transformação mundial. “Esse é o momento de trocar ideias para fortalecer a participação brasileira no evento. É importante apoiarmos a formação da pauta, pois assim iremos propor mudanças sociais em todas as áreas e do planeta. Precisamos lutar por dias melhores que, neste caso, é a busca pelo direito da igualdade”.

Damien Hazard acredita ser necessário trazer abordagens alternativas de desenvolvimento, que não deve ser assimilada à questão do crescimento econômico. Segundo ele, o financiamento da economia acarreta diversas violações de direitos da juventude negra, feministas e de questões ligadas às políticas sociais.

Ele destaca, ainda, que deve haver uma pauta nacional alinhada a outros países. “Existem alguns questionamentos que nós devemos fazer: como as ONGs se relacionam entre si e com o governo brasileiro? Como o Fórum pode contribuir com a luta global? As entidades precisam entender a participação delas no FSM para que possam promover a mudança com seus pares e colaborar com a democratização de todos os países”, afirma.

Presente no seminário, o secretário Nacional de Movimentos Sociais do PCdoB, Edson França, destacou a presença dos comunistas na construção do FSM. "Esse é um espaço importante para a esquerda brasileira. Temos o objetivo de discutir nossa participação no Fórum e apresentar a visão dos comunistas a respeito dos temas tratados."

Apoio Institucional

De acordo com Fabrício Prado, o governo federal tem consciência da importância e protagonismo das organizações brasileiras no Fórum Social Mundial. “Estamos aqui mais como ouvintes, mas é fundamental deixar claro que estaremos sempre à disposição para colaborar com a discussão”.

Martiniano Costa reforçou a posição institucional em âmbito estadual. “Como representante do governo, estou aqui para ouvir as deliberações apresentadas e levar para o Executivo, pois poderão ser desenvolvidas no governo Rui Costa.”

Balanço FSM

No encontro desta tarde houve ainda a mesa “Balanço do Fórum Social Mundial: Olhares sobre o percurso histórico do FSM”, com os palestrantes Hamouda Soubhi, diretor da Rede Marroquina das ONGs europeias e mediterrâneas, Gilberto Leal, Salete Valesan, Rita Freire e Leonardo Vieira.

“O Fórum precisa ser um espaço de manifestação dos movimentos sociais. O passado nos serve de referência, mas nossa discussão tem de ser agora. Não podemos perder essa oportunidade em ajudar povos que precisam da nossa solidariedade, a exemplo da Palestina”, declarou Leonardo Vieira.

Já Rita Freire apresentou alguns dados sobre a comunicação do FSM e destacou a importância em retirar as discussões sobre o Fórum do eixo Sul-Sudeste. “A escolha em realizar esse seminário na Bahia foi debatida e aprovada por todas as regiões. É muito importante que isso aconteça”. Ao final das explanações, foi realizado um debate entre os participantes e o encerramento com novas apresentações culturais.

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Do Portal Vermelho em Salvador,
Ana Emília Ribeiro