Irã afirma que o Ocidente deve confiar em diálogo nuclear

O Irã afirmou que os países europeus e ocidentais devem confiar nas atuais negociações nucleares e advertiu que um acordo final nessa matéria requer hoje determinação política.

Hassan Rouhani - BBC

Em reuniões realizadas separadamente com a vice-primeira-ministra e ministra de Relações Exteriores da Croácia, Vesna Pusic, o presidente Hassan Rouhani e o chanceler Mohammad Javad Zarif reiteraram a intenção de Teerã de chegar a um pacto definitivo com o Grupo 5+1.

“As duas partes fizeram boas negociações no passado e chegar a um acordo final parece muito próximo”, indicou Rouhani ao se referir ao processo das negociações iniciado em novembro de 2013 entre seu país e o G5+1 (os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha).

Para o presidente, a determinação política do Ocidente será chave para o sucesso do entendimento e da assinatura de um acordo sólido e duradouro. "O mundo contemporâneo não é um cenário para desafios e o Irã busca resolver temas com lógica, sensatez e negociações", disse.

“A república islâmica defende a tecnologia nuclear pacífica e se aproveitará de seus direitos amparados no Tratado de Não Proliferação”, disse ao acrescentar que o pacto final beneficiará a ambas as partes com estabilidade, segurança e paz para esta região e para o mundo inteiro.

Por seu lado, o chanceler Zarif destacou que um ambiente de confiança facilitará que se chegue a um acordo dentro do período de prorrogação de seis meses decidido pelo Irã e o G5+1 em 24 de novembro passado quando se cumpriu um ano da assinatura em Genebra do chamado Plano de Ação Conjunta.

Dito plano estabeleceu as bases para a negociação e comprometeu o país persa a limitar certas atividades de seu programa atômico, em particular o enriquecimento de urânio, em troca da flexibilização das sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos, ONU e países europeus.

Depois de seis meses de vigência, em 20 de julho passado, foi decidido estender as tratativas até novembro com a esperança de selar um acordo definitivo, mas prevaleceram profundas diferenças quanto ao nível de enriquecimento de urânio que o G5+1 deseja permitir a Teerã.

Também a parte iraniana solicita o levantamento total das medidas punitivas internacionais, das quais uma parte só pode ser revogada pelo Congresso estadunidense, ao mesmo tempo em que os negociadores desejam definir a durabilidade do eventual acordo.

Fonte: Prensa Latina