Nivaldo: As contradições em curso e os desafios para o desenvolvimento

O ano de 2015 começa cheio de lances que chamam a atenção do setores organizados da sociedade para os rumos que o país enfrentará nesse próximo quadriênio. O aprofundamento da crise sistêmica do capitalismo e as dificuldades conjunturais internas, convocam os setores progressistas a pensarem quais medidas são necessárias para atravessar esse momento.

Dayane Santos e Joanne Mota, da Rádio Vermelho

Nivaldo Santana - Rádio Vermelho

Do ponto de vista interno, o acirramento da luta política, que coloca de um lado as forças populares e progressistas e de outro as elites conservadoras, exige um maior refinamento das estratégias e posições a serem colocadas em prática nesse momento.

Desde o final de 2014, a palavra de ordem para o setores masi avançados da sociedade, que estão na base do governo Dilma Rousseff, não é outra senão a retomada do crescimento. Sem ele, defendem esses setores, não avançaremos nas mudanças tão propaladas.

Em entrevista à jornalista do Vermelho Dayane Santos, Nivaldo Santana, secretário nacional Sindical do PCdoB, avaliou o atual cenário e apontou que é preciso, a partir de um entendimento da realidade, alavancar o crescimento e manter o país no ciclo inaugurado em 2003. Na oportunidade, ele citou como exemplo os 74% de aumento do salário mínimo que ocorreu entre 2002-2015, um movimento que garantiu uma real distribuição da renda, mas que ainda é um primeiro passo.

Assim, afirma o dirigente, "do ponto de vista dos trabalhadores o balanço destes últimos anos tem dois pontos essenciais: a política de valorização do salário e o baixo índice de desemprego. Esses dois fatores explicam o processo de mobilidade, aumento de consumo e aquecimento da economia".

"Nossa defesa é que essas políticas precisam ser mantidas e ampliadas", reafirmou o dirigente. Por outro lado, Nivaldo voltou a criticar o chamado tripé nocivo da economia. "Consideramos que uma política macroeconômica restritiva – juros altos, câmbio valorizado e superávit primário – é o nosso principal problema".

Ele avalia que essa receita acaba brecando a retomada do crescimento, inibindo o aumento dos investimentos públicos e privados. Nivaldo adianta que um projeto nacional de desenvolvimento deve estar ancorado, exatamente, em uma política de valorização do trabalho. E completa: "As contradições sociais e políticas em curso revelam os desafios para o desenvolvimento".

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