Malan faz campanha pela entrega do pré-sal ao capital estrangeiro

Em artigo publicado neste domingo (8), o economista tucano Pedro Malan, ministro da Fazenda durante os dois mandatos de FHC, entrou na campanha contra o sistema de partilha do pré-sal e a Petrobras.

Pedro Malan ex-ministro da fazenda de FHC

Malan abre o seu artigo citando uma frase do general Ernesto Geisel, um dos presidentes no período da ditadura. “’Entendo os que são contra, esta é uma posição que já foi minha’, disse o então presidente da República Ernesto Geisel, cerca de 40 anos atrás, em cadeia nacional de televisão, ao anunciar, entre outras decisões, a abertura do Brasil a investimentos privados na área do petróleo por meio de contratos de risco”, diz Malan, que ao finalizar o artigo, justifica a inserção da frase de Geisel dizendo que “é um bom exemplo de que a realidade por vezes se impõe com força”.

Para ele, o modelo de partilha do pré-sal deve ser abandonado para a abertura do mercado para empresas internacionais. “A obrigatoriedade de ter a Petrobras como operadora de todos os campos do pré-sal e com pelo menos 30% de participação passou a representar um ônus excessivo para a empresa, que já tem uma relação dívida/geração de caixa de cerca de 5”, disse Malan.

O economista tucano ainda critica a política de conteúdo nacional, que prioriza compras de equipamentos produzidos no Brasil, gerando emprego e renda aos brasileiros. “A exigência de conteúdo nacional vem causando atrasos e estouro de orçamento. A Sete Brasil é um problema. Em suma, a decisão anunciada em 7 de setembro de 2009 (data escolhida a dedo) de mudar o regime de concessão para partilha vem gerando para a Petrobrás problemas que teria de enfrentar mesmo se não estivesse em curso a Operação Lava Jato”.

Na semana passada, o senador José Serra (PSDB-SP) afirmou que a Petrobras tem “excesso” de diversificação e defende a venda de ativos que, segundo ele, dão prejuízo, como por exemplo, o pré-sal.

Serra disse que a Petrobras deve somente “explorar e produzir petróleo” e o restante deve ser “vendido, concedido ou extinto”, a começar pelo pré-sal. “Tem que começar pela revisão do modelo do pré-sal: retirar a obrigatoriedade de a empresa estar presente em todos os poços, ser a operadora única dos consórcios e ter que suportar os custos mais altos da política de conteúdo nacional”, disse.

Do Portal Vermelho, com agências