BA: Projeto beneficia catadores de materiais recicláveis no Carnaval 

Cerca de 1,5 mil catadores de latinhas e outros materiais recicláveis estão trabalhando com segurança e garantindo um preço melhor por sua produção durante o Carnaval de Salvador (BA). Por meio do Projeto EcoFolia Solidária, os trabalhadores têm garantida a venda da coleta por um preço justo, evitando atravessadores.

materiais recicláveis - Foto: Tadeu Paz

Os catadores também recebem o kit-catador, que inclui dois conjuntos de farda, um par de luvas, botas e um protetor auricular, além de três refeições diárias.

A iniciativa tem o patrocínio do Governo do Estado, por meio das secretarias do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre) e de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS), que juntas investiram cerca de R$ 900 mil.

Marco Antônio Bezerra, 51 anos, está há três anos trabalhando como catador de materiais recicláveis. “O preço aqui é melhor para vender, a gente ganha uniforme, alimentação, equipamento de segurança”, enumera.

A catadora Ana Cássia de Jesus, 21 anos, tem um filho de três anos e aproveita a renda desta época para reforçar a economia de casa. “Se não fosse este projeto, não teríamos nosso almoço, café e janta. Além disso, temos a roupa para trabalhar, não precisamos acabar com a nossa, e ganhamos luvas e botas”.

Trabalho decente

O secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, Álvaro Gomes, que junto com o secretário Geraldo Reis (SJDHDS), visitou o posto de coleta no Politema, avalia que o projeto é um estímulo ao trabalho decente. “Este exemplo vem sendo implementado há 12 anos e tem uma importância muito grande. Precisamos fazer com que estes trabalhadores que sempre estiveram na invisibilidade sejam reconhecidos pela sociedade. O trabalho deles é tão importante quanto qualquer outro e precisa ser valorizado”, avalia

Álvaro Gomes afirma que outro ponto importante é a preservação da saúde dos catadores. “Eles recebem uma alimentação saudável, feita dentro das normas de higiene, elaborada por nutricionistas e, além disso, os trabalhadores também têm os equipamentos de segurança. Com isso, eles têm a saúde preservada e também a população, pois todo este material está saindo do meio ambiente para ser reciclado”.

Para o secretário da SJDHDS, Geraldo Reis, o projeto tem legitimidade por cuidar de um segmento social bastante vulnerável. “Não é uma mera filantropia, é uma política de construção de uma base para a economia popular, já que, além dos catadores, há as cooperativas de cozinheiras e costureiras, que fazem o almoço e os fardamentos distribuídos”.

Geraldo Reis diz que o Governo do Estado está se esforçando para tornar a função que era exercida em condições indignas e sub-humanas em uma atividade econômica e digna. “Esta ação se completa com outras atividades da SJDHDS, como as campanhas de combate ao trabalho infantil e à exploração sexual”.

O projeto conta com centrais de coleta no Politeama, na Barra, na Ladeira da Montanha e no 2 de Julho, cada uma equipada com computadores, balanças e prensas, oferecendo condições adequadas para o recebimento dos recicláveis e atendimento aos catadores. Os materiais recicláveis são triados, prensados e armazenados. Entre a noite de quinta-feira (12) e o domingo (15), foram coletados 40 toneladas de materiais recicláveis.

No ano passado, foram recolhidos mais de 70 toneladas de resíduos sólidos e líquidos, e foram beneficiados 1.104 catadores. A meta de 2015 é coletar 73 toneladas de resíduos, para evitar que os mesmos acabem indo para mares, rios e córregos, preservando assim o meio ambiente.

Fonte: Ascom/Setre