Mesmo com cessar-fogo, seguem conflitos na Ucrânia

Dois dias depois que o cessar-fogo acordado entre líderes europeus entrou em vigor, à meia noite de domingo (15), conflitos entre o exército ucraniano e forças separatistas foram registrados em Debaltseve, cidade estrategicamente posicionada entre Donetsk e Lugansk, no Leste da Ucrânia.

Ucrânia blindado

Segundo o acordo assinado na semana passada, a retirada da artilharia pesada com vista à criação de uma zona de desarmamento de até 140 quilômetros deveria começar na segunda-feira (16).

Milhares de soldados ucranianos continuam cercados por forças rebeldes em Debaltseve. O governo da Ucrânia não admite o cerco, alegando que o Exército tem o controle sobre uma estrada por onde é possível receber reforços e garantir a rotação dos combatentes.

Do outro lado, os líderes separatistas mantêm posição e tentam negociar uma rendição, afirmando que os soldados devem abandonar a cidade.

Esta é a segunda tentativa de negociação de um cessar-fogo na região. A primeira, assinada em setembro de 2014, não foi cumprida. Desta vez, 16 horas de negociações foram necessárias, entre os dias 11 e 12 de fevereiro, para que houvesse consenso entre o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, a chanceller alemã, Angela Merkel e o presidente da França, Francois Hollande.

Além do cessar-fogo e da criação de zonas desmilitarizadas de até 140 quilômetros, o novo acordo prevê o desarmamento total no prazo de duas semanas e a libertação dos reféns. Se esta etapa for bem-sucedida, novas eleições serão realizadas nas autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk, que continuarão a fazer parte do território ucraniano, mas terão autonomia.

O grande ponto de discórdia, que pode arruinar a nova tentativa de paz, é a indefinição em relação à linha de cessar-fogo. Como não houve consenso em relação à situação de Debaltseve, os rebeldes tentam, a todo custo, ampliar seu domínio sobre a região.

Fonte: Agência  Brasil