82% dos manifestantes de domingo votaram em Aécio, diz Datafolha

A Globo e demais meios de comunicação tentaram dar um caráter de “espontâneo” e “apartidário” na convocação dos protestos de domingo, apesar da escancarada atuação dos partidos de oposição, principalmente o PSDB, na articulação das manifestações. Com base nessa tese “apartidária”, os comentaristas criticaram a constatação feita por diversos jornalistas e lideranças progressistas de que os protestos eram, majoritariamente, de pessoas inconformadas com o resultado das urnas.

Não pouparam criticas à declaração do ministro Miguel Rosseto, da Secretaria-geral da Presidência, que apontou ainda no domingo (15), durante coletiva de imprensa, que quem tinha ido às ruas não havia votado em Dilma Rousseff.

Renda

O Portal Vermelho não precisou de pesquisa para comprovar que a renda da maioria dos manifestantes que estavam na Paulista no domingo representava a classe mais privilegiada da população. Mas o Datafolha confirmou: a renda de 41% dos manifestantes de domingo era de mais de 10 salários mínimos, ou seja, mais de R$ 7.888,00.

A situação é tão escancarada que nem mesmo a imprensa internacional embarcou no discurso da grande mídia golpista. A revista Forbes, vejam só, chamou os atos de “festival do ódio”.

O jornal britânico The Guardian falou em "manifestações da direita" e destacou a influência da grande mídia na mobilização. Avalia o jornal: “A mais recente onda de protestos, entretanto, é de um grupo mais velho, mais branco e mais rico, reunidos após uma grande cobertura antecipada da grande mídia“, disse.

Panela esmaltada

A pesquisa também apontou que a grande maioria dos que foram à Paulista, nada menos que 74%, nunca participaram de um protesto na vida, o que também reforça o que muitas lideranças dos movimentos sociais têm denunciado sobre os atos golpistas inflados pela grande mídia. Quintino Severo, da direção nacional da CUT, destacou na semana passada em entrevista ao Portal Vermelho que os movimentos sociais e a esquerda nunca saíram das ruas.

“Sempre estivemos nas ruas para enfrentar a ditadura militar e o neoliberalismo. Mais uma vez estamos nas ruas para defender a democracia, a Petrobras e garantir que os nossos direitos sejam preservados. É um grande momento para que o povo, que sempre esteve nas ruas, continue nas ruas”, destacou o sindicalista, ressaltando que “os que bateram panelas durante o pronunciamento da presidente, não bateram panela pelo aumento do salário mínimo, pela valorização dos trabalhadores”.

Como a presidenta Dilma Rousseff identificou nesta segunda-feira (16), o tema convergente entre as manifestações de sexta (13) e domingo (15), foi corrupção, citado por pela maioria dos entrevistados da pesquisa Datafolha. Dando resposta a isso, a presidenta anunciou que vai encaminhar ao Congresso Nacional, ainda esta semana, um pacote de medidas anticorrupção que inclui a criminalização do caixa 2, punição mais severa para servidores públicos envolvidos em corrupção e proposta de celeridade em processos de atos ilícitos que envolvam desvio de dinheiro público.

Do Portal Vermelho, com informações de agências