Movimentos sociais defendem a legalidade do governo Dilma

Uma grande plenária dos movimentos sociais com o ex-presidente Lula foi realizada na noite desta terça-feira (31) na capital paulista. Lideranças afirmaram que este é o momento de defender a legalidade do governo de Dilma Rousseff contra a investida golpista da direita.

Por Mariana Serafini, do Vermelho

Plenária dos movimentos sociais - Eder Bruno

O dirigente nacional da CTB, Adilson Araújo, destacou que a crise enfrentada pelo Brasil já assolou países da Europa e a questão não pode ser tratada de forma isolada como se estivesse acontecendo em decorrência de má administração do governo Dilma. “Estamos enfrentando uma crise que não sabemos onde vai terminar e o imperialismo impõe um cerco”.

Para Adilson, a eleição de Dilma foi uma vitória, mas o Congresso considerado o mais conservador desde 1964, vai impor uma série de medidas para atingir diretamente os trabalhadores. Diante deste cenário, as centrais sindicais estão prontas para entrar em defesa da série de direitos já conquistados e não permitir nenhum retrocesso.

“Há uma ameaça de golpe sim e devemos compreender a importância desta unidade para defender um projeto político democrático”, finalizou.


Presidenta da UNE, Virgínia Barros | Foto: Eder Bruno 
 

A presidenta da UNE, Virgínia Barros, relembrou o papel dos estudantes na década de 1960, quando mudaram a sede da entidade para o Rio Grande do Sul e se uniram ao Leonel Brizola para defender a constitucionalidade do governo. “Agora mais uma vez os estudantes brasileiros são convocados pela história a defender a democracia”, afirmou.

De acordo com Vic, a polarização é muito nítida e os movimentos sociais devem ter clareza de como agir neste momento: “De um lado estão os que são contra o resultado soberano das urnas, do outro os que acreditam que é possível aprofundar as mudanças sociais”.

Para Vic, é inadmissível que a Petrobras seja instrumentalizada pela direita para ser usada como bandeira política contra o PT, os partidos de esquerda e os movimentos sociais.

Acredita ainda que a defesa da constitucionalidade do governo Dilma deve ser prioridade neste momento. “Defender a presidenta representa defender o projeto iniciado por Lula, é contra isso que eles lutam. Eles são contra a inclusão dos milhões de jovens na universidade, contra os direitos garantidos às domésticas, contra nossas conquistas sociais, nós não temos saudade do Brasil dos anos 90, mas é isso que eles querem de volta”, esclareceu Vic.


Vice-presidenta nacional da UJS, Manuela Braga | Foto: Eder Bruno 
 

Já o dirigente Gilmar, do MST apontou para a importância da unidade neste momento de crise e conclamou a militância para defender o governo eleito pelo povo: “Não haverá golpe sem grandes mobilizações da rua, nós não formamos covardes”.

Democratização da mídia

O dirigente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, Altamiro Borges, alertou a militância sobre a urgência em democratizar a mídia, que hoje age como se fosse um partido político e “destila ódio na sociedade” contra as conquistas sociais obtidas nos últimos anos.


Altamiro Borges, dirigente do Barão de Itararé | Foto: Eder Bruno 


“A rede Globo inferniza a democratização do país”, disse ao atentar para o fato de que a emissora foi a principal responsável da convocação para a passeata que tomou as ruas no dia 15 de março em favor de golpe e intervenção militar.

De acordo com Miro, a democratização da mídia é prioridade em diversos países do mundo porque há o entendimento de que esta é uma ferramenta importante para avançar no debate progressista e fortalecer a democracia. “Qualquer país que não avance na democratização dos meios corre risco de retrocesso e nós corremos esse risco porque o Brasil não avançou no debate da mídia”.

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