Irã divulgará documento sobre os acordos das negociações nucleares

O Irã vai divulgar um documento detalhado para apresentar os acordos alcançados durante as negociações nucleares realizadas no dia 2 de abril.

Chanceler iraniano Mohammad Javad Zarif

O membro da Comissão de Segurança Nacional e Políticas Exteriores do Irã, Javad Karimi Qodousi, disse que o Ministério das Relações Exteriores vai lançar, daqui a alguns dias, um programa de ação conjunta em resposta às dúvidas da população sobre a questão.

Qodousi fez uma afirmação citando as palavras do chanceler iraniano, Javad Zarif, que teve uma reunião com o Parlamento do país persa.

O Irã, os seis países envolvidos (EUA, Reino Unido, França, Rússia, China e Alemanha), assim como a União Europeia, divulgaram no dia 2 uma declaração conjunta, marcando os êxitos significativos nas negociações sobre o plano nuclear iraniano. Teerã divulgou, depois, um programa breve de ação conjunta sobre as ações posteriores,

O chanceler Mohammad Javad Zarif afirmou, nesta terça-feira (7), que o Irã manterá a seriedade nas negociações para um acordo definitivo sobre seu programa nuclear, mas descartou permitir a instalação de câmeras on-line em suas plantas atômicas.

Durante um pronunciamento no Majlis (Parlamento), o Ministro explicou que as inspeções que serão autorizadas às instalações nucleares excluem a colocação de câmeras de supervisão, indicou o deputado Gholamali Jafarzadeh Imenabadi.

Zarif foi ao Congresso junto aos demais membros da equipe negociadora e recebeu o respaldo da maioria dos parlamentares pelo desempenho durante as recentes conversas, em Lausana, com o Grupo 5+1 (os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha).

O ministro de Relações Exteriores justificou a não admissão de câmeras nas plantas citando "amargas experiências passadas" de assassinato de seus cientistas nucleares e disse aos deputados que o povo não tem que se preocupar com a revelação de documentos classificados.

“O Irã não permite nada além dos mecanismos de inspeção aprovados internacionalmente”, disse Zarif ao indicar que reiterou às suas contrapartes ocidentais que o distanciamento do país persa em relação a fabricação de bombas atômicas não se deve às pressões e sanções, mas sim a um decreto religioso do líder supremo iraniano.

Ele revelou ter dito aos negociadores do G5+1 que o Irã poderia elaborar bombas atômicas "a qualquer momento que decidisse isso", mas "definitivamente não o fará sob nenhuma situação" por apego ao ordenado pelo líder supremo da Revolução Islâmica, o aiatolá Ali Khamenei.

Além disso, participou da audiência parlamentar o chefe da Organização de Energia Atômica do Irã, Ali Akbar Salehi, que também foi fundamental no processo de diálogo com o secretário de Energia norte-americano, Ernest Moniz, para fazer avançar aspectos técnicos.

Segundo Imenabadi, na sessão de discussões no parlamento sem a presença de jornalistas, Salehi comparou as capacidades nucleares da república islâmica com as de países como Japão, Brasil e Argentina e sublinhou que Teerã baseia seu poder atômico totalmente em cientistas locais.

O chanceler enfatizou que o acordo final sobre o impasse nuclear, previsto para que seja assinado antes de 1 de julho deste ano, terá dimensão internacional e vinculante para os signatários, o que dissipa preocupações de possível boicote pela direita republicana dos Estados Unidos.

Se Washington infringir os termos do acordo final, o Irã teria direito a declarar os Estados Unidos violador de um acordo internacional, apontou ao acrescentar que, em tal situação, poderia igualmente violar o acordado.

Com informações da Rádio China Internacional e da Prensa Latina