Comenda Socorro Abreu homenageia mulheres de destaque

Uma noite para homenagear e reconhecer a atuação de mulheres cearenses. Foi com emoção que o PCdoB de Fortaleza, através da Secretaria de Mulheres, realizou na última quarta-feira (08/04), mais uma solenidade de entrega da Comenda Socorro Abreu, reconhecimento do conjunto do Partido a mulheres que, através de sua atuação, se tornaram referência no meio onde vivem.

O objetivo da comenda é homenagear mulheres que se destacam no dia a dia, quer seja nas comunidades onde vivem, nas periferias, no trabalho ou mesmo em casa. Neste ano a honraria foi para lutadoras que atuam tanto no parlamento cearense como universidade, movimentos sociais, ativistas e líderes comunitárias.

Para Daniele Cavalcante, uma das agraciadas, receber a comenda é motivo de alegria. “É uma honra fazer parte do rol de mulheres que já receberam a homenagem e que contribuíram e contribuem para uma vida melhor, quer seja na sua cidade ou para o país. A honra é maior ainda por esse reconhecimento vir do meu Partido, que nos orienta, abre espaços para a atuação militante e nos faz crescer como ser humano”.

“Entrar no PCdoB foi um divisor de águas na minha vida. Conheci o Partido na Organização de Base da Praia de Iracema. Muito mais que documentos e estudos, a maior riqueza do PCdoB são as pessoas que o compõem, história viva de luta de gente que pensa sempre no coletivo. Saúdo a iniciativa dos comunistas cearenses que, muito mais que apenas homenagear, reconhecem, valorizam e estimulam a atuação das mulheres onde quer que elas atuem”, ressalta.

Para Francileuda Soares, secretária de Mulheres do PCdoB, a comenda homenageia mulheres de destaque, não necessariamente filiadas ou militantes do PCdoB. “Essa é uma nossa forma de reconhecer e enaltecer a luta dessas mulheres que muitas vezes são protagonistas de várias histórias, suas, das famílias e de tanta gente que nelas se espelham”.

Sobre as agraciadas

Augusta Brito de Paula: Nasceu em 27 de maio 1976 no Bairro Ellery, em Fortaleza. Filha de Augusto Brito e Gonçala Edilene de Paula Brito. Iniciou a vida de estudante em Santana do Acaraú, concluiu o ensino fundamental na cidade de Mucambo, pois no município do Graça ainda não havia sequer ensino fundamental, o que só aconteceria nos primeiros anos da administração de seu pai. Concluiu o Ensino Médio em Fortaleza. Cursou o Ensino Superior em Sobral, formando-se em Enfermagem. Prestou serviço no Hospital Municipal do Graça e lecionou Ciências nos Ensinos Fundamental e Médio. É casada com Gadyel Aguiar de Paula e é mãe de três filhos: Eduarda, Gabryele e Gadyel Filho. Foi prefeita do Graça por dois mandatos, de 2004 a 2012. Após cumprir seu segundo mandato, foi nomeada Secretária de Educação de São Benedito, exercendo o cargo até 2014, quando se candidatou a deputada Estadual, conquistando 50.849 votos e se tornou a primeira mulher comunista a ocupar uma vaga na Assembleia Legislativa do Estado.

Daniele Silva Nóbrega Cavalcante: Começou sua militância política de forma mais organizada aos 13 anos quando participou da campanha presidencial de Lula, em 1989. Atuou no movimento estudantil durante o ensino médio, na Escola Nossa Senhora Aparecida, onde foi fundadora e diretora da entidade estudantil. Participou do Movimento Fora Collor, das greves das escolas particulares em Fortaleza, das manifestações contra corrupção da UMES e do Congresso dessa entidade. Ingressou no PCdoB em 1998 por meio da OB da Praia de Iracema. Foi dirigente do Distrital Leste ao lado dos saudosos Joaquim e Salete, do Distrital Centro e do Comitê Municipal do PCdoB de Fortaleza, onde é membro da Comissão de Formação. Trabalhou de 2001 a 2014 como assessora parlamentar do deputado federal e senador Inácio Arruda. Trabalha atualmente na SECITECE, onde assessora o gabinete do Secretário. É membro do Comitê Estadual do PCdoB e diretora do CEBRAPAZ/CE.

Jania Maria Oliveira Viana Magnetat: Nasceu no dia 26 de agosto de 1960. É bancária aposentada do BNB. Cursou Letras na UECE e estudou linguística e francês na UNIL (Universidade de Lausanne), na Suíça. Iniciou sua militância no PCdoB, foi da Juventude Viração no movimento estudantil. Fez parte da luta pelas causas feministas, integrando a corrente emancipacionista. Participou do Centro Popular da Mulher (CPM) de Fortaleza e da União Brasileira de Mulheres (UBM). No Movimento sindical, como militante classista, presidiu a Associação dos Funcionários do BNB, e foi diretora do Sindicato dos Bancários.

Josilene da Silva Soares (Dona Jô): Em 1986 iniciou suas lutas, no Bairro Ellery, em busca da primeira creche comunitária da região. Luta vitoriosa em 1990 com a liberação do governo. Seguiu em defesa por moradia digna para famílias sem condições de possuir sua casa própria. Foi em 1997 na etapa final da construção das casas que Dona Jô mudou para o conjunto Curió, onde continua na luta. Hoje é vice-presidenta da Associação de Moradores do Bairro Curió e diretora da Federação de Bairros e Favelas de Fortaleza.

Maria Aurileide de Sousa Soriano: Foi diretora da Federação de Bairros e Favelas de Fortaleza, atuando em sua tesouraria. Graduou-se em Serviço Social pela Universidade Estadual do Ceará, administrou por vários anos o Projeto ABC do Bairro João XXIII. Atualmente é Secretária de Ação de Município de Saboeiro e vem lutando bravamente contra um câncer.

Maria Salete de Sousa Sales: Nasceu em Canindé e veio para Fortaleza aos 22 anos em busca de estudo e trabalho. Nesse período trabalhou como doméstica. Quarta numa família de 11 filhos do casal Anaildes Ferreira e José Rodrigues de Sousa (falecido). Salete casou-se, separou-se, teve 3 filhos que criou sozinha. Liderança comunitária, articulou os grupos de mulheres e, em, fundou a Cooperativa de Confecção e Artesanato do Centro Dom Helder Câmara, entidade que hoje preside. Salete é também da Coordenação do Comitê Auxiliar da Região Oeste de Fortaleza, do Partido Comunista do Brasil.

Maria Zelma de Araújo Madeira: Possui graduação em Serviço Social pela Universidade Federal do Piauí; especialização em Ciências Políticas pela Universidade Federal do Ceará; mestrado em Sociologia do Desenvolvimento e doutorado em Sociologia, ambos pela UFC. Professora da graduação desde 1997 e do curso de mestrado em Serviço Social, Trabalho e Questão Social da UECE. Coordenadora do NUAFRO-Laboratório de Afrobrasilidade, Gênero e Família da UECE. Líder do Grupo de Pesquisa Relações Étnico-Raciais, Cultura e Sociedade da UECE. Tem experiência nas áreas de sociologia e de serviço social, com ênfase em relações de gênero, étnico-raciais e família, atuando principalmente nos temas: família, gênero, políticas sociais, política de ação afirmativa, política de assistência social, sociologia, relações étnico-raciais, cultura e religião de matriz africana.

Nilze Costa e Silva: Nasceu em Natal (RN), mas veio morar no Ceará com poucos meses de idade. Ainda na adolescência se apaixonou pela Literatura, lendo os grandes clássicos mundiais. Graduou-se em Administração de Empresas e logo após especializou-se em Teoria da Literatura pela Unifor. Começou a escrever aos 16 anos, quando, ainda no ginásio, recebeu um prêmio de redação sobre a Guerra do Paraguai. Daí não parou mais de escrever, tendo estreado na Literatura com o livro “Viagem – Contos e crônicas”, que teve o prefácio do consagrado poeta Francisco Carvalho. Quando foi instituído o Prêmio Estado do Ceará, Nilze Costa e Silva conquistou o 1° lugar, com a novela “No Fundo do Poço” (com apresentação do contista Moreira Campos). Em 2001 fundou o grupo “Poemas Violados”. Promove sistematicamente a oficina de Escrita Criativa: “Palavras não são vãs”. Integra a Rede de Escritoras Brasileiras, a Associação dos Escritores e Jornalistas Brasileiras e é membro do Conselho Cearense dos Direitos da Mulher. No cotidiano dedica-se a questões relacionadas aos direitos humanos, tendo escrito vários artigos nessa área em revistas de circulação local e nacional. É colaboradora do Jornal O Povo, ex-conselheira do Conselho de Cultura do Estado do Ceará e do Conselho Consultivo de Leitores do Jornal O Povo.

De Fortaleza,
Carolina Campos