Rússia pode ser primeiro país a ratificar criação de Reservas do Brics

O governo da Rússia entregou à Duma de Estado (câmara baixa do parlamento) um projeto de lei que prevê a ratificação do Arranjo Contingente de Reservas dos Brics. Se o projeto for aprovado, a Rússia será o primeiro país a participar do capital do banco do bloco.

Reunião dos Ministros da Saúde do Brics. E/D: Dmitry Kostennikov, da Rússia, Vishwa Mohan Katoch, da Índia, Arthur Chioro, do Brasil, Li Bin, da China, e Pakishe Aaron Motsoaledi, da África do Sul - José Cruz/Agência Brasil

A parte russa no Arranjo Contingente de Reservas é de US$ 18 bilhões. Ela é igual às partes do Brasil e da Índia. A África do Sul será o menor sócio, com US$ 5 bilhões. Já a parte do capital da China é de US$ 41 bilhões.

Segundo as previsões, um Conselho de Dirigentes irá administrar esta instituição, junto com um comitê permanente. O país que tiver a presidência rotativa do grupo (neste ano é a Rússia) realizará as funções de coordenação.

De acordo com Henrique Marinho, ex-presidente do Conselho Econômico do Ceará, a importância das instituições financeiras criadas no seio dos Brics é "fenomenal". Em entrevista à Voz da Rússia, ele postulou:

"O acordo sobre a criação do Novo Banco de Desenvolvimento dos Brics … demonstrou que o Brics está se tornando oficialmente um bloco internacional. "Esta tendência [da criação de instituições financeiras alternativas ao FMI e Banco Mundial] significa o início de um rumo na direção de um novo modo de pensar, o que, sem dúvida, irá fazer do Brics um bloco econômico muito forte. Vários dos países membros estão passando por uma crise econômica, mas nem por isso é diminuída a força que o Brics dá a estes países. Eles veem no Brics a possibilidade de ampliar o seu comércio internacional, de reforçar as suas relações mútuas, inclusive pelo uso de moedas locais para o comércio internacional".

Há quem receie que a China, com a sua parte esmagadora no Arranjo Contingente de Reservas possa se tornar um "ditador econômico" do Brics. Mas o doutor Marinho acredita que este medo não tem fundamento.

A Rússia foi o primeiro país do grupo a considerar seriamente a ratificação. Segundo Henrique Marinho, o Brasil pode assinar o documento correspondente durante a cúpula do Brics em Ufá, na Rússia.

Fonte: Agência Sputnik