Advogado de Vaccari Neto diz que prisão foi injusta e sem razão

O advogado de defesa do tesoureiro do PT, Luiz Flávio Borges D’Urso, informou nesta quarta-feira (15) que vai entrar com habeas corpus para derrubar o decreto de prisão preventiva contra João Vaccari Neto. Ele considerou "muito estranha a decretação dessa prisão preventiva”. As ponderações do advogado foram publicadas no Estadão.

Flavio D'Urso - Daia Oliver/R7

O advogado contou que foi surpreendido com o mandado de prisão preventiva cumprido nesta manhã (15). "Não sabemos ainda as razões da decretação", apontou.

Novamente o criminalista rechaça com veemência as suspeitas contra Vaccari a partir de delações premiadas que acusam o tesoureiro de envolvimento com esquema de corrupção e propinas na Petrobras. Ele afirma que “no mérito não há nenhum elemento de prova, absolutamente nenhuma prova que venha confirmar palavra de delatores que apontam qualquer situação pessoal de Vaccari e envolvimento com algum esquema de ilicitude".

Sobre a prisão, D’Urso argumenta que "nenhuma das razões para prisão preventiva está presente neste caso". Ele se refere aos motivos previstos na lei para justificar a prisão de um investigado – garantia da ordem pública ou econômica, conveniência da instrução processual ou garantia da aplicação da lei penal. "São as únicas possibilidades legais de prisão no Brasil, nenhuma delas está presente", afirma.

O advogado disse que vai examinar os fundamentos da ordem de prisão para conseguir um habeas corpus o mais breve possível. Para ele, a prisão de Vaccari “é absolutamente injusta".

Luiz Flávio Borges D’Urso lembrou que o tesoureiro "nunca se furtou" a dar explicações à força tarefa da Lava Jato, nem há informações de que ele tenha ameaçado ou intimidado testemunhas. "Ele já foi alvo de condução coercitiva (no dia 5 de fevereiro) desnecessária quando nunca havia sido intimado. Um excesso flagrante. Agora, uma prisão preventiva sem que haja um único elemento de prova que pudesse dar credibilidade à palavra de delatores."

O pedido de prisão preventiva do tesoureiro do PT foi expedito pelo juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância, e executado na manhã desta quarta-feira (15).

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Do Portal Vermelho