Atos do MST marcam 19 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás

O MST realiza nesta sexta-feira (17) diversos atos, em todo o Brasil, para marcar os 19 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás. A principal manifestação acontece no exato lugar do crime, na Curva do S da BR 155, no Pará, com a participação do ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, e da presidenta do Incra, Maria Lúcia Fálcon.

Monumento de Eldorado dos Carajás - Reprodução

Devido ao acontecimento, a data é conhecida como o Dia Internacional da Luta pela Terra. Por isso, abril é o mês escolhido pelo MST para a realização de uma série de protestos pela reforma agrária em todo o país.

Desde a última sexta-feira (10), 350 jovens acampados estão reunidos na Curva do S e participam de debates sobre política, gênero e artes com abordagem relacionada às vivências na região amazônica. Todos os dias, às 17 horas, eles promovem o tradicional fechamento da BR 155 para recordar a tragédia.

Constam na programação desta sexta-feira (17), um culto ecumênico em memória das vítimas do massacre e um ato político para discutir a reforma agrária no Brasil.

Em outros estados também aconteceram manifestações já pela manhã, no Paraná os camponeses se reuniram por volta das 9 horas e interditaram 13 vias estaduais e federais do estado.

Uma série de ocupações em latifúndios foram realizadas ao longo da semana, é o caso da Fazenda Flor da Serra, no município Olho D’Água do Casado em Alagoas, que foi ocupada nesta quarta-feira (15); e da Fazenda Guerra, no Rio Grande do Sul, que os manifestantes conseguiram atravessar as cercas na quinta-feira (16).

Outras ocupações e manifestações no decorrer da semana marcaram a luta por justiça e pela reforma agrária dos trabalhadores do campo.

O Massacre

No dia 17 de abril de 1996, 1,5 mil trabalhadores sem-terra estavam no sétimo dia de uma caminhada com destino a Belém, capital do Pará. A Polícia Militar foi enviada para conter os manifestantes que obstruíam a rodovia BR 155 em defesa da reforma agrária, na ocasião 19 trabalhadores rurais foram assassinados.

O protesto era contra a demora na desapropriação de uma área que eles ocupavam na Fazenda Macaxeira, em Curionópolis. Os trabalhadores rurais seguiriam de Curionópolis até a capital pela Rodovia Estadual PA-150 (hoje Rodovia Federal BR-155), que liga Belém ao sul do estado.

Por Mariana Serafini, do Portal Vermelho, com agências