João Santana nega irregularidades e exige retratação da PF e Folha

Em mais uma investida para criminalizar o PT, o renomado publicitário João Santana, que elegeu Dilma Rousseff nas duas campanhas que ela disputou, foi alvo de denúncia do jornal Folha de S.Paulo neste domingo (3) em uma matéria repleta de suposições e fontes secretas. Sem nenhuma prova, o jornal tentou legitimar uma suposta investigação da PF sobre irregularidades em atividades da empresa de Santana em Angola.

João Santana - Foto: Patricia Stavis/Folhapress

"Criminalizar uma internação de recursos, feita pelo Banco Central, beira o ridículo", diz ele. Sobre a suposição da PF de que ele receberia de empreiteiras e pagaria o PT, Santana foi preciso: "eu não pago nada aos meus clientes, eles é que me pagam", disse.

Se dizendo indignado com a suspeição, o publicitário reagiu no mesmo dia com a publicação na internet de um vídeo e nota pública exclusivamente para elucidar os fatos, com informações precisas e detalhadas sobre atividades de sua empresa no exterior.

No vídeo, Santana desafiou a PF e a Folha a provar quaisquer procedimentos ilícitos de sua empresa na campanha para a presidência da República de Angola e afirmou que vai acionar a Justiça exigindo a retratação pelos danos causados à sua imagem.

Santana é o marqueteiro político brasileiro com maior projeção internacional e atua no mercado desde 1999. Ele foi responsável pelas campanhas vitoriosas do segundo mandato de Lula em 2006 e de Dilma Rousseff nas últimas duas disputas presidenciais (2010 e 2014). O publicitário coordenou ainda as campanhas de Hugo Chávez (2012) e Nicolás Maduro (2013), na Venezuela; Mauricio Funes, em El Salvador; Danilo Medina, na República Dominicana; e José Eduardo Santos, em Angola.

Acusações infundadas

No site, Santana esclarece que recebeu US$ 20 milhões pela campanha em Angola e que decidiu trazer o dinheiro ao Brasil, via Bradesco, pagando todos os impostos. "Nossa empresa tem reconhecimento internacional e elegeu sete presidentes, um recorde mundial".

Numa nota pública, ele disponibilizou todos os documentos relacionados ao caso, como os impostos pagos à Receita Federal, os comprovantes da campanha em Angola, que elegeu o presidente José Eduardo dos Santos, e também da campanha do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, que se elegeu no mesmo ano, com ajuda da Pólis, a empresa do marqueteiro.

"A reportagem da Folha de S. Paulo, supostamente apoiada em um procedimento investigatório preliminar que corre em segredo de justiça, do qual os responsáveis da empresa ainda não foram oficialmente notificados, incorre em graves erros de informação", diz a nota.

Leia abaixo a Nota Pública disponibilizada pelo publicitário João Santana:

A linha investigatória tenta, de forma insustentável e absurda, dizer que a Pólis trouxe dinheiro de Angola para financiar a campanha de Fernando Haddad.

1. Os valores pagos pelo MPLA foram depositados na conta que a Pólis Propaganda e Marketing mantinha no Banco Sol, em Angola, nas datas de 25 de junho e 27 de julho de 2012, conforme os documentos apresentados acima. Qualquer rastreamento irá confirmar que só recebemos recursos de nosso cliente, o MPLA. Tentar relacionar nossa empresa a uma investigação qualquer não passa de exploração política. A Pólis transferiu os valores para a conta que mantém no Bradesco, em Salvador, Bahia, onde fica a sua matriz, na data de 14 de setembro de 2012.

2. O compliance do Bradesco exigiu uma ampla documentação, além do acompanhamento rotineiro do COAF e Banco Central, para processar o depósito.

3. Esta cuidadosa análise do banco e dos órgãos de fiscalização fez com que os valores ficassem bloqueados até que fosse atestada a total legalidade do processo, como é praxe no caso de transferências internacionais. Em relação ao depósito realizado pela Pólis em 14 de setembro de 2012, os recursos foram liberados pelo Bradesco em 13 de novembro do mesmo ano.

4. Não há nenhuma movimentação posterior, de saída deste dinheiro da conta da Pólis, que caracterize beneficiamento da campanha de Haddad.

5. O contrato da Pólis com a campanha de Haddad foi de R$ 30 milhões, valor totalmente de acordo com os preços do mercado (os serviços de marketing de José Serra, na mesma campanha de 2012, somaram R$ 32,6 milhões). Do total contratado pela campanha de Haddad, R$ 9 milhões foram pagos nos meses de agosto, outubro e novembro de 2012, conforme notas fiscais abaixo anexadas.

6. A dívida de R$ 21 milhões que restou ao final da campanha foi assumida pelo Diretório Nacional do PT, e foi parcelada com a emissão de 21 notas fiscais no valor de R$ 1 milhão, cada uma, para facilitar o pagamento.

7. A emissão das notas foi feita em 26 de outubro de 2012 e as parcelas foram pagas ao longo de 2013, através de TEDs, (transferências eletrônicas) feitas pelo Partido dos Trabalhadores, conforme notas fiscais abaixo anexadas.

8. Estes fatos e documentos demonstram, cabalmente, que não houve nenhum artifício ilegal no pagamento dos débitos da campanha de Haddad.


Carreira

Comandou o marketing vitorioso de oito eleições presidenciais, o que lhe confere um local destacado no ranking mundial de sua atividade.  Três destas vitórias foram conseguidas em um mesmo ano (2012), um feito inédito no marketing político internacional. Além destes pleitos presidenciais, comandou dezenas de campanhas para governador, prefeito, senador e deputados no Brasil e na Argentina. Antes de se dedicar ao marketing político, foi jornalista político de sucesso.

Do Portal Vermelho, com agências