Número de refugiados no mundo chega a 38 milhões de pessoas

Uma cifra recorde: 38 milhões de pessoas encontram-se deslocadas de seus lares pela violência em diversas partes do mundo, segundo um relatório apresentado, nesta quarta-feira (6), na sede das Nações Unidas, em Genebra.

Refugiados Síria - SAM TARLING/AFP

O estudo do Observatório de Deslocação Interna (IDMC) relata que no ano passado, 30 mil pessoas abandonaram suas casas diariamente ante o auge dos conflitos e das crises humanitárias.

A quantidade nessa dramática situação equivale ao total dos habitantes de populosas cidades como Londres, Nova York e Pequim, o que reflete a urgência de se deter as hostilidades no planeta e de se abrir espaços para a solução pacífica das diferenças.

"Trata-se das piores cifras de deslocamentos forçados em uma geração, o que deixa evidente nosso fracasso absoluto em proteger civis inocentes", advertiu Jan Egeland, secretário-geral do Conselho Norueguês para Refugiados, que inclui o IDMC.

De acordo com o relatório 2015, só no ano passado se incorporaram 11 milhões de pessoas à lamentável estatística, alimentada por conflitos como os da Síria, Ucrânia, Iraque, República Centro-africana, Sudão do Sul, Iêmen, Líbia e a República Democrática do Congo.

Para Egeland, os gerenciamentos diplomáticos, as resoluções da ONU, os acordos de cessar-fogo e as conversas de paz têm perdido a batalha contra homens armados sem piedade, motivados por interesses políticos e religiosos.

“Este relatório deveria ser considerado um tremendo sinal de alarme, que possibilitasse romper a tendência marcada por milhões de seres humanos, entre eles muitas crianças, aprisionadas em zonas de conflito”, sublinhou.

Por sua vez, o alto comissário adjunto das Nações Unidas para os Refugiados, Volker Turk, disse a propósito do relatório apresentado em Genebra, que os confrontos impõem a desesperança.

“Muitas das pessoas nesta situação cruzarão fronteiras e se converterão em refugiados, além de arriscarem suas vidas para escaparem da violência”, afirmou.

Turk recordou a tragédia que nos últimos meses vive o Mediterrâneo, cujas águas se converteram em um cemitério para milhares de seres humanos que tentam chegar à costa europeia, procedentes de crises armadas e da pobreza em estados africanos e asiáticos.

"A solução mais evidente consiste em um esforço supremo para propiciar a paz nos países devastados pela guerra", sentenciou.

Fonte: Prensa Latina