Dilma: Cultivemos a confiança para construir um futuro melhor

“Há 70 anos encerrava-se um capítulo trágico da história da humanidade”, destacou a presidenta Dilma Rousseff, nesta sexta-feira (8), em cerimônia no Palácio do Planalto, para recordar o fim do nazifascismo da Segunda Guerra Mundial. Ao exaltar o sacrifício dos povos e a luta pela democracia e a paz, a presidenta fez um chamamento: “Cultivemos a confiança para construir um futuro melhor para o Brasil e para o mundo”.

- Foto: Ichiro Guerra/ PR

A presidenta Dilma assistiu, do alto da rampa do Planalto, ao desfile militar, acompanhada dos ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e do Gabinete de Segurança Institucional, José Elito Siqueira, dos comandantes da Marinha, Eduardo Bacellar, do Exército, Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, e da Aeronáutica, Nivaldo Rossato. Do lado de fora, estudantes e turistas acompanharam o desfile de pelotões do Exército, Marinha e Aeronáutica.

Ordem Nacional do Mérito

Na ocasião, a presidenta Dilma Rousseff entregou a maior condecoração do país, a Ordem Nacional do Mérito, a quatro sobreviventes da 2ª Guerra Mundial, os chamados pracinhas, lendários ex-combatentes brasileiros que lutaram ao lado das forças aliadas contra o nazismo e o fascismo na Europa.

A entrega da medalha comemora o fim do mais sangrento conflito da história, que deixou 70 milhões de mortos. Foi um combate especialmente de valores: a defesa da democracia, da liberdade e dos direitos humanos contra o fascismo, o racismo, a intolerância e o ódio.

"Muito me honra prestar nossa homenagem aos nossos pracinhas. Ao lutarem contra a intolerância, ajudaram a plantar a semente de um mundo mais justo e democrático", afirmou.

"Nossos valores e princípios permanecem os mesmos pelos quais os pracinhas lutaram. Queríamos um mundo regido por novas instituições democráticas, no qual prevalecesse a tolerância. Um mundo em que construção de uma ordem mais justa e mais próspera seja responsabilidade compartilhada pelas nações", considerou a presidenta Dilma.

ONU

Dilma ressaltou os esforços pela paz no período posterior ao conflito, destacando que a humanidade soube trilhar o melhor caminho naquela encruzilhada por meio da Organização das Nações Unidas.
A presidenta também lembrou que o Brasil apoia os esforços da ONU pela paz, estando presente em 10 das 17 operações hoje conduzidas pelas Nações Unidas.

"Hoje nossos soldados dedicam sua coragem e tenacidade a operações de paz patrocinadas pela ONU, porque os pracinhas, nossos soldados de ontem, ajudaram a colocar um ponto final na guerra e seus horrores. Se isso não tivesse ocorrido não haveria ONU", disse.

Os militares condecorados fizeram parte do contingente de 25.334 soldados da Força Expedicionária Brasileira, unidade que combateu junto aos aliados na campanha de expulsão das forças alemãs da Itália no fim da guerra.

A maior batalha que os brasileiros travaram foi a de Monte Castello, entre novembro de 1944 e fevereiro de 1945 no norte da Itália.

Cerca de 450 soldados brasileiros morreram nos combates, vencidos pelas forças alemãs.

O Brasil declarou a guerra aos países do Eixo em 1942 depois de submarinos alemães torpedeassem duas embarcações brasileiras, que então já mantinha tratados com os Estados Unidos para a instalação de bases militares no litoral brasileiro.

Luta pela paz

Em seu discurso, Dilma destacou os esforços do país para manter a paz no mundo e relembrou que, na década de 1940, houve questionamento no país sobre se o Brasil teria condições de enviar soldados para a guerra mundial. Em uma referência ao símbolo da Força Expedicionária Brasileira (FEB), que é uma cobra fumando, a presidente afirmou no pronunciamento que, com os pracinhas, "a cobra fumou".

“Dizia-se na época que não seríamos capazes de enviar uma força expedicionária à Itália e que era muito difícil fazer a cobra fumar. E, finalmente, com os pracinhas, a cobra fumou”, ressaltou Dilma.

Ministro da Defesa

Em cerimônia que marcou as comemorações dos 70 anos da vitória dos aliados sobre o nazi-fascismo, o ministro da Defesa, Jaques Wagner, representando a presidenta Dilma Rousseff, depositou coroa de flores no Monumento Votivo Militar Brasileiro, mais conhecido como o Cemitério de Pistóia, na Itália. No local, foram sepultados os pracinhas da Força Expedicionária Brasileira (FEB) que morreram no combate às tropas inimigas e que na década de 1960 foram transladados para o Brasil.

Em discurso, o ministro destacou o importante papel da FEB na luta pela democracia e pela liberdade em solo italiano. O ministro ressaltou ainda a importância da vitória dos aliados contra o nazismo que foi uma tragédia para a humanidade. "Foi uma vitória das forças da paz, da democracia, da solidariedade e do progresso social", afirmou Wagner.

A 2ª Guerra Mundial se encerrou oficialmente na Europa, com a capitulação da Alemanha nazista perante o comando soviético, em 9 de maio de 1945. Durou seis anos, de 1939 a 1945. Teve mais consequências de longo prazo que qualquer outra guerra na história.

Do Portal Vermelho, com agências