China e Rússia vão realizar exercício militar conjunto no Mediterrâneo

Os três navios militares da China já entraram no Mar Negro e vão chegar ao porto de Novorossiysk, na Rússia, nesta sexta-feira (8), de acordo com a fonte do ministério de Defesa Nacional russo. Os navios chineses “Jiangkai II” (Tipo 054A) vão assistir às atividades comemorativas do Dia da Vitória da Segunda Guerra Mundial e participar do exercício militar conjunto “Cooperação Marítima 2015”, realizado no Mar Mediterrâneo, com os navios russos.

Soldados chineses em exércicio com Exército Russo

O jornal norte-americano The New York Times comentou que o exercício militar sino-russo no Mar Mediterrâneo sinaliza as relações cada dia mais estreitas entre os dois países, apontando que a China tem como objetivo possuir uma marinha de águas azuis que pode navegar em todos os oceanos do mundo.

Apesar de uma dimensão modesta, será “o exercício mais distante do território chinês” feito pelo país. Para a Jane´s Defense Weekly, a participação em um exercício militar tão distante do país asiático demonstra que a marinha chinesa tem a autoconfiança na sua capacidade. Ao mesmo tempo, a revista comentou que é mal-educado o mundo ocidental queixar-se da chegada do Exército de Libertação Popular ao Mar Mediterrâneo, já que os Estado Unidos e seus aliados sempre realizam exercícios no mar próximo da China.

Segundo Peter Dutton, professor de estratégia do Naval War College, nos EUA, a informação a ser transmitida pelo exercício é mais importante do que o próprio exercício, “a Rússia e a China dão um sinal político aos Estados Unidos e seus aliados europeus, isto é, as duas potências se unirão diante dos rivais marítimos para apoiar, um ao outro”, afirmou o professor.

“O exercício militar no Mar Mediterrâneo, apesar de sua dimensão modesta, é a coisa a ser feita por uma superpotência. O exercício mostra a decisão e a altitude da China para realizar a ascensão”, comentou a agência de notícias Bloomberg, que indicou que a manobra sino-russa pode ser considerada uma resposta simbólica ao reforço da cooperação em segurança entre os Estados Unidos e o Japão, país vizinho da China.

Prevê-se que os aviões antissubmarinos dos EUA podem aparecer no espaço sobre a área da manobra militar, porque a espionagem norte-americana sempre apareceu “sem convite” durante os exercícios realizados pela China e pela Rússia no passado.

Em consonância com a declaração emitida no dia 30 de abril pelo ministério de Defesa Nacional da China, a Rússia afirmou também no dia 5 de maio que o exercício militar no Mar Mediterrâneo não será contra nenhuma terceira parte nem tem relação com a situação na região. “A proteção da segurança dos navios e o combate à ameaça marítima constituem o conteúdo principal da manobra conjunta, que tem como objetivo reforçar a amizade bilateral e a cooperação pragmática”, afirmou o Ministério de Defesa Nacional da Rússia.

Fonte: Diário do Povo