Governo de SP aceita negociar com professores em greve

Depois de dois meses em greve, os professores da rede estadual de ensino de São Paulo finalmente conseguiram avançar na negociação com o Governo. Os grevistas foram recebidos, na manhã desta quarta-feira (13) pelo secretário de Educação, Herman Jacobus Cornelis Woorwald, e a negociação avançou.

Greve dos professores de São Paulo - Marcio Custodio

O secretário garantiu que enviará à Assembleia Legislativa uma proposta de política salarial dentro de 30 dias, que deverá entrar em vigor a partir de 1º de julho. No entanto, não deu nenhum detalhe a mais sobre o assunto, ou seja, os professores não sabem em que consistirá a proposta. Atualmente a reivindicação é de 75% de reajuste salarial gradual até 2020.

Um avanço significativo conquistado durante a reunião foi em relação à chamada Categoria “O”. Trata-se de uma parcela dos profissionais que atualmente têm contratos temporários cuja duração máxima permitida é de dois anos. Com a nova proposta do governo, o contrato passará a ser de três anos.

Com relação às salas superlotadas também houve avanços. Foi criado um Grupo de Trabalho, composto por representantes do Governo e da Apeoesp (sindicato da categoria) para desenvolver um estudo e reabrir turmas, afim de reduzir a superlotação.

De acordo com a secretária de Assuntos Educacionais e Culturais da Apeoesp, Francisca Pereira da Rocha Seixas, o fato de o governo ter recebido os professores para esta reunião e ter apresentado propostas representa um avanço, no entanto, ainda está longe de ser o ideal. “O governador reconhecer que existe uma greve, porque antes nem isso ele estava fazendo, e iniciar um processo de negociação é positivo, mas ainda não é o suficiente”.

Para Francisca, esta reunião marca o início de uma negociação que ainda terá muitos pontos a serem debatidos. “O governo ter mudado a postura é sinal da eficiência da greve, mas agora precisa avançar mais. É lógico que a questão da Categoria ‘O’ melhorou porque ficar pior seria impossível”, explica.

Nesta sexta-feira (15) os professores fazem uma nova assembleia para debater os rumos da greve, eles exigem ainda que as propostas apresentadas pelo secretário sejam enviadas ao sindicato em documento escrito.

Do Portal Vermelho, Mariana Serafini