Premiê chinês inicia visita ao Brasil para reforçar parceria econômica

O premiê chinês, Li Keqiang, partiu neste domingo (17) de Pequim para sua visita oficial ao Brasil, Colômbia, Peru e Chile. Trata-se da primeira visita de Li Keqiang à América Latina desde que assumiu o cargo.

Premiê chinês inicia visita ao Brasil para reforçar parceria econômica - Reprodução

De acordo com o Ministério do Comércio, Li Keqiang vai discutir com os líderes dos quatro países latino-americanos sobre o aprofundamento da cooperação nas áreas industrial e tecnológica, desenvolvimento de infraestruturas, construção das zonas de livre comércio, formação de recursos humanos, e ajuda financeira.

A China e o Brasil estão empenhados no estabelecimento de novas relações comerciais. Com a redução do crescimento econômico da China e a queda dos preços das commodities no mercado internacional, o comércio sino-brasileiro em 2014 diminuiu em 7%. Foi a segunda redução do comércio bilateral desde 1999 (a primeira ocorreu 2012, de 3%).

Nos primeiros quatro meses de 2015, o comércio bilateral caiu 19% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Portanto, o comércio bilateral, focalizado nos produtos primários na última década, está enfrentando grandes desafios.

Durante a visita de Li Keqiang ao Brasil, os dois países vão assinar acordos para levantar a proibição da exportação da carne bovina brasileira à China. Mesmo assim, o comércio bilateral não deverá se recuperar em curto prazo. Quanto à expansão dos tipos de produtos exportados à China, o Brasil propôs aumentar a exportação de café, produtos agrícolas processados e serviços comerciais.

Por outro lado, a cooperação sino-brasileira no setor de investimento está evoluindo. Nas áreas de construção de infraestruturas e manufatura, a China e o Brasil têm condições de realizar o acoplamento financeiro e tecnológico.

As infraestruturas foram enfatizadas, particularmente os projetos de construção do Corredor Ferroviário Transoceânico. Além disso, a presidenta brasileira Dilma Rousseff expressou a vontade brasileira de convidar a China a participar da construção da ferrovia de alta velocidade no Brasil. Por isso, prevê-se que os investimentos da China no país terão um crescimento significativo. Segundo a imprensa brasileira, durante a visita de Li Keqiang, a China e o Brasil podem assinar 60 acordos de investimentos, no valor de cerca de 53 bilhões de dólares.

A posição e dedicação do Brasil na cooperação entre a China e a América Latina vai influenciar o ritmo do processo de colaboração. A visita de Li ainda oferecerá uma oportunidade de consulta para os dois países abordarem as questões de várias áreas para acolher a Cúpula do Brics a ser realizada em junho. Na questão do Banco Asiático de Investimentos , o Brasil não só quer ser um dos membros fundadores da instituição, mas também pretende promover a extensão da estratégia chinesa de “Um Cinturão e Uma Rota” para a América do Sul, a fim de realizar a atualização das infraestruturas do seu país e da região sul-americana.

Atualmente, as relações sino-brasileiras estão na fase de transformação e atualização. A transformação se focaliza nas áreas econômica e comercial, enquanto a atualização tem por foco cooperação multilateral dos dois países.

A visita do premiê Li Keqiang será importante para o futuro desenvolvimento das relações bilaterais. Por um lado, será estabelecido o “novo motor” das relações econômicas e comerciais sino-brasileiras para promover a sustentabilidade da cooperação comercial, e por outro lado, será reforçada a colaboração financeira nos setores multilaterais entre os dois países e enriquecida a cooperação na governança global das relações bilaterais.

Com Diário do Povo on line