Ex-ministro Sanches aos tucanos: Não existe imputação contra Dilma

Na busca de encontrar um jurista que defenda juridicamente a proposta golpista de impeachment, os tucanos foram bater na porta do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Sydney Sanches. Ele classificou como "irresponsabilidade" a proposta defendida pelos inconformados tucanos e negou pedido do PSDB para elaborar um parecer pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

Ex-ministro do STF Sydney Sanches

“Não existe ainda nenhuma imputação, de caso concreto, que caracterize crime de responsabilidade por parte da presidenta”, disse Sanches em entrevista ao jornal Valor. “O julgamento é político, feito por homens necessariamente ligados a partidos e que votam sem necessidade de fundamentar seus votos, ao contrário do que acontece no Judiciário”, acrescentou Sanches que presidia o STF durante o julgamento do processo contra o então presidente Fernando Collor.

O jurista é o terceiro nome que aparece entre os procurados pelo PSDB para elaborar parecer pelo golpe. O primeiro foi Ives Gandra, cuja tese foi repelida por renomados especialistas em lei, por não ter fundamento jurídico. Foram atrás também de Miguel Reale Junior, que enfatizou que não existem bases jurídicas para tal intento.

Agora, procurado por advogados tucanos, Sanches disse que não há clima para forçar a saída da presidente Dilma. “Aponte fatos concretos, de que ela tenha participado ou seja responsável ainda que por negligência. Não vi nada de concreto, pode ser até que haja, mas delas ainda não tomei conhecimento”, afirmou Sydney Sanches.

Outro ex-ministro a comentar o assunto foi Cezar Peluso que também descarta qualquer abertura jurídica para o impeachment. “Esse movimento de impeachment já perdeu força. Não tem fundamento e por isso foi se diluindo naturalmente”, disse Peluso.