Ministro anuncia redução de tropas brasileiras no Haiti 

As tropas das Forças Armadas brasileiras começarão a sair do Haiti em 2016. A confirmação foi feita pelo ministro da Defesa, Jaques Wagner, durante audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional do Senado. De acordo com o ministro, o efetivo militar que neste mês de maio era de 1.343 homens e mulheres, cairá para 970 em junho, e a partir do próximo ano, 850 militares estarão apenas em Porto Príncipe, capital do país caribenho. 

Ministro anuncia redução de tropas brasileiras no Haiti

Ao complementar a informação, o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), general José Carlos De Nardi, que acompanhava o ministro Wagner na comissão, disse que o Brasil será a única nação a ter tropas na capital haitiana.

Ao longo de 11 anos, já foram enviados ao país caribenho mais de 30 mil militares brasileiros por meio da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah).

O ministro Jaques Wagner lembrou que a Minustah “é uma das principais e mais importantes” missões de paz com participação do Brasil. E citou, também, a atuação no Líbano, por meio da Unifil. “A ONU tem muito respeito por nós nessas atividades”, ressaltou.

Proteção das fronteiras

O ministro também falou sobre a proteção das fronteiras, dizendo ser algo “fundamental”. “É melhor aplicar o dinheiro que se gasta com garantia da lei e da ordem no Sisfron (Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras), porque é responsabilidade nossa. Além disso, o sistema atende todo o território”, afirmou.

O Sisfron pretende fortalecer a capacidade de ação do Exército Brasileiro na faixa de fronteira do país, uma área de 16.886 quilômetros de extensão. Trata-se de um conjunto integrado de recursos tecnológicos, tais como sistemas de vigilância e monitoramento, tecnologia da informação, guerra eletrônica e inteligência que, aliados a obras de infraestrutura, vão reduzir vulnerabilidades na região fronteiriça.

O Ministério da Defesa também atua em combate ao crime transfronteiriço com as Operações Ágata. Desde 2011, já foram realizadas oito edições. Somente na Ágata 8, que aconteceu no ano passado, mais de 40 toneladas de entorpecentes foram apreendidas.

Para o ministro, o tráfico de drogas é um dos problemas que precisa ser atacado. Ele enfatizou que no período em que ocupou o governo da Bahia, 75% de assassinatos de jovens eram por envolvimento com entorpecentes.

Projetos estratégicos

O ministro também tratou dos projetos estratégicos das Forças Armadas e da necessidade de se manter o nível de investimentos sob a pena de trazer mais prejuízos para o país. Conforme avaliou, interromper um projeto de construção de submarino, por exemplo, traria problemas mais adiante, pois ao retomá-lo o governo precisaria de mais dinheiro para atualizá-lo.

Wagner lembrou que o Brasil destina em média 1,5% do PIB (Produto Interno Bruto) na defesa. Enquanto isso, os parceiros dos Brics aplicam uma média de 2,5% do conjunto total de riquezas e que países sul-americanos destinam algo perto de 2,3% do PIB.