54º Congresso da UNE começa nesta quarta-feira

O 54º Congresso da UNE começa nesta quarta-feira, 3, em Goiânia. A estimativa é que 10 mil estudantes universitários de todos os estados participem do fórum até o domingo, 7, quando irão eleger a nova presidência da UNE e definir os rumos da entidade no próximo biênio. O tema do congresso é ‘Em defesa dos estudantes, da democracia e do Brasil’.

Realizado na Universidade Federal de Goiás (UFG) e na Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), o congresso terá mais de 50 atividades, como debates, grupos de discussão, atos políticos e uma grande passeata. Mais de 60 convidados participarão do encontro, entre congressistas, artistas, ativistas sociais, escritores, intelectuais e representantes da academia.

O Congresso vai abrir seus debates com um tema polêmico, que deverá ser uma das principais bandeiras da juventude no próximo período: a luta contra a redução da maioridade penal. Defendida pelo presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 171/1993, de autoria de Benedito Domingos (PP-DF), propõe baixar a maioridade penal de 18 para 16 anos. O texto está sendo analisado em uma Comissão Especial que apresentará relatório quarta-feira da próxima semana, dia 10.

O relatório será votado pela Comissão e posteriormente pelo plenário da Câmara. Se aprovada pelos deputados, a proposta será encaminhada ao Senado para apreciação. Para aprovação de uma PEC, são necessários os votos de pelos menos 60% dos deputados. Para a presidenta da UNE, Vic Barros, a proposta é um retrocesso para a sociedade.

Nesta quarta-feira, às 19 horas, logo após a abertura do 54º Congresso da UNE, no Teatro de Arena da Praça Universitária Honestino Guimarães, haverá uma roda de conversa sobre o assunto. Para discutir o tema, foram convidados, além da presidenta da UBES, Bárbara Melo, o secretário de Movimentos Populares do Partido dos Trabalhadores (PT), Bruno Elias, e o professor de História e colunista da revista Carta Capital, Douglas Belchior.

Para o professor Douglas, Eduardo Cunha e a grande maioria do Congresso Nacional são adeptos da má política e da lógica clientelista comuns a muitas dimensões do poder. “Enfrentar com radicalismo a agenda racista e fascista do Congresso é uma obrigação de todo brasileiro com um mínimo de vergonha e consciência. A começar pelo tema da redução que, cinicamente, tentarão nos fazer engolir feito arame farpado goela abaixo. Estamos em desvantagem. Mas estamos vivos. Lutemos”, ressaltou.

(Com informações do site da UNE)