Coalizão contra EI anuncia intensificação militar e política

A estratégia da coalizão internacional contra o grupo extremista Estado Islâmico (EI) aponta para a intensificação do componente militar e político, objetivo definido em um encontro no qual se evidenciaram algumas divergências.

Resultado de ataque a basitões do Estado Islâmico no Iraque

Até o momento, a estratégia está centrada em uma campanha de bombardeio aéreo no Iraque, iniciada em 8 de agosto de 2014, liderada pelos Estados Unidos e que inclui a participação de outros países como Austrália, Bélgica, Canadá, Dinamarca, França, Jordânia, os Países Baixos e o Reino Unido.

Na Síria, onde os bombardeios se realizam desde setembro do ano passado sem a autorização do governo, a força multinacional conformada por Washington inclui a participação de Bahrein, Jordânia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.

No entanto, especialistas afirmam que não foram alcançados os resultados anunciados, o que se evidencia no avanço ameaçador do EI sobre novos territórios.

O tom inicial do encontro da coalizão, realizada na terça-feira (2), em Paris, foi posto pelo premiê iraquiano, Haider Al-Abadi, que enfatizou que não foi feito o suficiente para combater o mencionado grupo extremista.

Expressou que seu governo precisa de apoio para cortar a entrada de combatentes que chegam do mundo inteiro através da Síria.

Também para evitar que a formação extremista possa vender petróleo e objetos do patrimônio cultural que saquearam, sua principal fonte de financiamento.

Al-Abadi afirmou que a crise síria precisa de uma solução política pois, em sua opinião, desse país vizinho é que vem a instabilidade do Iraque.

Ele explicou que, enquanto suas forças estão fazendo progressos contra o EI, precisam de mais apoio da comunidade internacional. É um fracasso por parte do mundo. Há muitas palavras, mas pouca ação sobre o terreno.

Em referência à falta de armas e munições, manifestou que o Iraque tinha contratos sobre esse assunto acertados com Moscou que estão difíceis de serem concluídos por causa das sanções impostas à Rússia pela Europa e pelos Estados Unidos.

Depois do encontro, foi divulgado que a coalizão apoiou o plano militar e político do Iraque para reconquistar os territórios tomados pelo EI.

Mediante o mesmo plano, espera-se mobilizar as tribos sunitas da província de Al Anbar e assegurar que as milícias xiitas operem sob a autoridade do governo para evitar tensões religiosas.

A respeito das minorias religiosas, indicaram que reforçarão a defesa das populações perseguidas e deslocadas.

Os participantes também defenderam o que consideraram o lançamento de um "verdadeiro processo político inclusivo", sob auspício das Nações Unidas, para restabelecer a paz na Síria.

O ministro francês de Assuntos Exteriores, Laurent Fabius, assegurou que a determinação contra o mencionado grupo extremista é total e que se trata de um combate a longo prazo.

O encontro, centrado no intercâmbio de pontos de vista sobre a estratégia a seguir, é realizado em um momento no qual se observa um preocupante avanço do EI e uma incorporação crescente de combatentes estrangeiros a suas filas.