Janot vai pedir aos Estados Unidos informações sobre corrupção na Fifa

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, informou, nesta quinta-feira (11) que pedirá aos Estados Unidos informações sobre a investigação que trata dos casos de corrupção na Federação Internacional de Futebol (Fifa). Segundo Janot, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pretende verificar se os crimes foram cometidos em países do Mercosul.

Joseph Blatter

O anúncio de Janot foi feito durante reunião, em Ouro Preto (MG), de representantes de ministérios públicos do bloco sul-americano. O procurador espera que a investigação possa ser feita em conjunto com todos os países.

A investigação sobre a Fifa é conduzida pela procuradora-geral dos Estados Unidos, Loretta Lynch. A operação, que resultou na prisão de dirigentes da entidade, foi deflagrada pela Polícia Federal norte-americana (FBI) em Zurique, na Suíça, no dia 27 de maio.

Desde o início das investigações, a Fifa afastou 11 pessoas investigadas pela Justiça dos Estados Unidos, entre elas, o brasileiro José Maria Marin, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol.

O presidente da Federação Internacional de Futebol (Fifa), Joseph Blatter, disse por meio de um porta-voz da entidade, que não acatará o pedido do Parlamento Europeu para que deixe “de imediato” o comando da Fifa. Mais cedo, as autoridades europeias divulgaram uma resolução na qual, além de pedir a saída de Blatter do cargo, reivindicam a invalidação das decisões sobre a escolha das copas do Mundo de 2018, na Rússia, e de 2022, no Catar, caso surjam provas de que tenha havido corrupção no processo de votação para a definição desses países.

No pedido à Fifa, os parlamentares reivindicam que a Fifa “leve a cabo reformas urgentes para acabar com a corrupção generalizada e sistêmica” que atinge a entidade. "A Fifa funcionou durante vários anos como uma organização inimputável, opaca e manifestamente corrupta", acrescenta a resolução do Parlamentou Europeu.

Os deputados europeus pediram “reformas radicais” na estrutura e nas práticas da entidade máxima do futebol mundial e uma política de tolerância zero com a corrupção. Eles sugerem também que a Fifa adote "normas éticas rigorosas”, além de um código de conduta para seus dirigentes e os membros do Comitê Executivo. Tudo sob a supervisão de um órgão externo independente.
Em resposta, a Fifa, além de rejeitar o pedido, declarou-se “perplexa” com a resolução do Parlamento Europeu. Informou também que Blatter já decidiu deixar o cargo e convocar nova eleição.