Ministro do TCU politiza voto, mas diz rejeição de contas é técnica
O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes, relator do processo das contas do governo Dilma Rousseff referentes a 2014, disse em evento realizado em São Paulo nesta quinta-feira (25), que o voto sobre o assunto tem caráter técnico. Apesar disso, disse também que o país vive uma crise de credibilidade, principalmente na presidência.
Publicado 25/06/2015 11:53

“Nosso voto não é com intenção política", afirmou Nardes durante o 3º Congresso Internacional de Compliance & Regulatory Summit. Depois teceu elogios indiretos ao governo tucano, ao dizer que após a estabilidade conquistada com a implementação do Plano Real, em 1994, o país passa para uma crise de credibilidade. “Estamos vivendo crise de credibilidade das principais instituições da República, especialmente da Presidência”, discursou o ministro.
Num tom ainda mais politizado, Nardes também comentou o documento apresentado pelo ex-secretário do Tesouro Nacional Arno Augustin no qual ele defende a legalidade das medidas adotadas diante do atraso no repasse de pagamentos de programas sociais aos bancos públicos e assume a responsabilidades pelas decisões. "Não adianta o Arno Augustin dizer que foi ele que fez as pedaladas. As contas são da presidente", afirmou.
O ministro disse também que apesar do prazo de 30 dias para o governo apresentar a sua defesa, o voto foi pela rejeição das contas. “Vamos formatar nosso voto em 45, 60 dias”, estimou.
O ministro defendeu a aplicação da Lei de Responsabilidade Fiscal, afirmando que a norma lançou as bases fundamentais para que o Brasil tenha credibilidade. “Se foram estabelecidas bases através da Constituição brasileira, temos de fazê-las cumprir, seja o governo federal, seja a presidente", comentou.