Seppir vence políticas voluntaristas e remodela sociedade

"No passado, havia algumas políticas voluntaristas, que dependiam da vontade dos governos locais, como por exemplo nos governos de José Sarney e Fernando Henrique Cardoso. Somente no governo Lula éque teremos a transversalização das políticas públicas, organizadas entre diversos órgãos federais e também dos estados e municípios. Isso muda muita coisa", explicou Giovanni Harvey, da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial, ao sinalizar as expectativas para os próximos anos.

Por Joanne Mota

Giovanni Harvey, da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial. - Ilustração: Clécio Almeida

O pronunciamento do secretário foi realizado durante participação no “Conversas Sobre África”, uma série de seminários sobre as questões ligadas à cooperação entre o Brasil e o continente africano.

Entre essas ações amplas realizadas desde a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva, e que tiveram amplo envolvimento da sociedade civil, Harvey citou as conferências nacionais de promoção de igualdade racial em 2005, 2009 e 2013, a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial em 2010 e a articulação do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial, que levou às cotas em concursos e universidades públicas.

“Ainda falamos de transversalidade, que ainda não é o ideal, mas algumas ações já se tornam sistêmicas: ou seja, não dependem de um órgão irradiador para todo o governo, mas se traduz como absorção do tema entre todos os órgãos do governo”, ponderou.

Este movimento, segundo ele, corrigirá o desvio histórico das políticas sociais brasileiras: embora desenhadas para serem universais, não chegam a todos da mesma forma por conta das desigualdades sociais, inclusive as provocadas pelo racismo.

Este especial compõe uma série de 7 programas produzidos pela Rádio Vermelho, que participou da sexta edição da “Conversas Sobre África”.