Israel faz insinuações sobre terrorismo para atrapalhar acordo nuclear

O governo israelense insinuou nesta segunda-feira (6), em um comunicado, a suposta ameaça de um auge do terrorismo mundial que ocorreria caso seja concretizado um acordo nuclear entre o Irã e as potências mundiais.

Netanyahu - Kobi Gideon/GPO

Delegações da República Islâmica e do Grupo 5+1, integrado por Estados Unidos, Rússia, França, China e o Reino Unido, mais a Alemanha, parecem estar à beira de atingir um entendimento sobre supostas intenções de Teerã de fabricar armas de destruição em massa.

A República Islâmica refuta as alegações e garante que as armas atômicas são contrárias ao Islã, a religião do Estado e sua fabricação ou armazenamento estão proibidos de maneira expressa por um decreto religioso do líder supremo, aiatolá Alí Khamenei, cuja palavra é lei.

“Devemos evitar que o Irã desenvolva a arma mais poderosa que existe no mundo e encha as reservas do terrorismo”, diz o texto israelense, difundido pelo escritório do premiê Benyamin Netanyahu.

Nesse sentido agrega que "tão cedo se levantem as sanções, centenas de milhões de dólares vão impulsionar a economia do Irã, que é mais perigoso que o Estado Islâmico", o movimento que controla zonas na Síria e Iraque, mas nunca atuou em Israel.

Israel é o único país do Oriente Médio que possui um arsenal atômico, estimado dentre 200 e 400 ogivas nucleares, cuja existência não admite nem nega, e constitui o principal obstáculo para a criação de uma área livre de armas nucleares no Levante.

A existência dessas armas de destruição em massa foi revelada em 1986 por Mordechai Vanunu, um técnico que trabalhou na central nuclear do deserto do Negev, depois fugiu para o Ocidente e foi sequestrado pelos serviços especiais de Telavive. Ele teria revelado a existência da capacidade nuclear israelense por peso na consciência.