Líderes latino-americanos celebram vitória do 'não' em referendo na Grécia

Após mais de 61% dos gregos votarem “não” no domingo (5) a um acordo de austeridade proposto por credores europeus, líderes latino-americanos — como o presidente cubano, Raúl Castro, a mandatária argentina, Cristina Kirchner, e o chefe de Estado venezuelano, Nicolás Maduro — celebraram a vitória da campanha do partido governista de esquerda, o Syriza, e expressaram apoio a seus ministros.

Nicolás Maduro e Cristina Kirshner - Assessoria da presidência da Argentina

Em sua conta oficial no Twitter, Cristina Kirchner comemorou o “não” dado pelo povo grego às “impossíveis e humilhantes condições” que as instituições financeiras internacionais impõem para o pagamento e reestruturação de sua dívida externa. “Ninguém pode assinar seu próprio certificado de óbito”, tuítou.

A mandatária argentina ainda comparou o caso grego com a situação argentina, que atualmente vive uma crise de dívida com “fundos abutres”, mas que também já deu calote, em 2001. “Nós, argentinos, sabemos do que se trata. Esperamos que a Europa e seus líderes compreendam a mensagem das urnas”, afirmou Cristina no microblog.

Para Maduro, trata-se de uma “vitória contra o terrorismo financeiro do FMI (Fundo Monetário Internacional)”. “Consideramos como uma vitória nossa, dos povos valentes da América Latina também. Viva a Grécia”, declarou.

“Felicitações ao povo grega em sua luta por dignidade”, acrescentou o presidente venezuelano, no término da sessão solene da Assembleia Nacional, na noite deste domingo , em Caracas, segundo o Correo del Orinoco.

Já o líder cubano Raúl Castro enviou nesta segunda-feira (6) uma carta ao primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, em que expressa “sinceras felicitações” pela vitória do “não” nas urnas. “Esse resultado demonstra o apoio majoritário do povo grego à valente política do governo que você preside”, escreveu Castro.

Na Bolívia, o chefe de Estado, Evo Morales, comentou que o resultado do referendo representa o início da “libertação do povo europeu”, face às políticas de ajuste fiscal promovidas pelo “capitalismo imperial”.

“Meu respeito e admiração ao histórico povo grego, berço da democracia. O povo grego derrotou o capitalismo”, celebrou Morales, em declarações à ABI (Agência Boliviana de Informação). “Sob a tutela do FMI, o Banco Central Europeu chantageava o povo grego pela fórmula ‘mais dívida para pagar a dívida’. Não era nenhuma solução. O FMI concentra o capital em poucas mãos”, criticou.