Cúpula do Brics: Reforçar a confiança através da cooperação

A sétima Cúpula do Brics será realizado entre os dias 8 e 9 de julho em Ufá, na Rússia. No último ano, o quadro internacional registrou uma mudança profunda, com a economia mundial em dificuldades.

Por Li Jinzhang* 

Embaixador chinês

Os países membros do Brics têm uma necessidade urgente para realizar reformas estruturais de modo a lidar com a recessão econômica. Nesta circunstância, os países do Brics devem persistir no espírito de união, captar a direção do desenvolvimento do bloco, aprofundar a potencialidade de cooperação, mostrar a confiança mútua, e reforçar a vitalidade do sistema do Brics.

Primeiro, os países do Brics devem continuar desempenhando um papel essencial de mercados emergentes, criar uma comunidade de destino comum, para contribuir à recuperação econômica mundial. Nos últimos anos, os mercados emergentes vêm ascendendo, se tornando uma força importante para o crescimento econômico mundial.

Desde o ano passado, os países do Brics se adaptaram às mudanças do ambiente e reajustaram as estratégias econômicas, podendo realizar uma recuperação nos próximos dois anos, o que vai trazer um novo impulso ao crescimento rápido das economias emergentes e à recuperação econômica do mundo. Para tal, os países do Brics precisam de reforçar as coordenações das políticas macroeconômicas, ampliar a interligação e cooperação de investimento na capacidade produtiva, construir uma comunidade de destino comum mais estreita, para dar contribuições aos próprios desenvolvimentos e à recuperação econômica global.

Segundo, os países do Brics devem continuar consolidando a base de cooperação econômica e financeira e desempenhando papel ativo na promoção da reforma do sistema econômica e financeira internacional. Os países do Brics devem fortalecer coordenações para impulsionar conjuntamente a reforma das instituições econômicas e financeiras internacionais, aumentar a voz e direito de regulamentação dos países emergentes na governança econômica global, e promover a construção de um sistema econômico e financeiro internacional mais justo, tolerante e ordenado.

Terceiro, os países do Brics devem fortalecer a união e cooperação nos importantes problemas relativos à paz, segurança e o desenvolvimento comum da humanidade, e reforçar seu papel como uma plataforma estratégica na participação da governança global na qualidade de economias emergentes principais do mundo.

Este ano marca o 70º aniversário do estabelecimento da ONU e o 70º aniversário da vitória da Guerra Antifascista Mundial. Como importantes membros da ONU, G20 e de outras organizações internacionais, o Brics deve se dedicar à promoção do multilateralismo e ao reforço da autoridade e papel da ONU, além de defender em conjunto os interesses comuns das economias emergentes e países em desenvolvimento na agenda internacional pós 2015, mudanças climáticas, antiterrorismo e segurança cibernética, para promover a igualdade e justiça internacional.

A cooperação sino-brasileira é um espelho vívido da cooperação de benefício recíproco entre o Brics, mostrando a grande vitalidade e futuro promissor da colaboração entre as economias emergentes. Desde 2009, quando os líderes do Brics se reuniram em Ecaterimburgo, a China tem mantido o maior parceiro comercial do Brasil nos últimos seis anos. Atualmente, a China e o Brasil estão procurando a atualização da colaboração econômica e comercial bilateral com base na cooperação e investimento da capacidade produtiva, com o fim de adiantar a cooperação sino-brasileira a um novo patamar.

Acredito que com esforços dos países envolvidos, a 7ª Cúpula do Brics será realizada com sucesso, se tornando uma reunião para combinar os consensos e transmitir confianças.

 
* Li Jinzhang é embaixador da República Popular da China no Brasil