"Não me aterrorizam", responde Dilma aos golpistas
A presidenta Dilma Rousseff elevou tom e reagiu ao golpismo da oposição. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, publicada nesta terça-feira (7), Dilma afirmou que as campanha golpista não a “aterrorizam” e desafiou os que defendem o seu impeachment a provar que ela algum dia “pegou um tostão" de dinheiro de propina.
Publicado 07/07/2015 10:57
“Isso do ponto de vista de uma certa oposição um tanto quanto golpista. Eu não vou terminar por quê? Para tirar um presidente da República, tem que explicar por que vai tirar. Confundiram seus desejos com a realidade, ou tem uma base real? Não acredito que tenha uma base real", rebateu Dilma.
Sobre as ilações da oposição e da grande mídia de que teria recebido, por meio de campanha eleitoral, dinheiro de propina, a presidenta destacou que estranha o fato de que o candidato adversário também tenha recebido valores das mesmas empresas, mas não é alvo de investigação.
“Porque, para mim, no mesmo dia em que eu recebo doação, em quase igual valor o candidato adversário recebe também. O meu é propina e o dele não?”, questionou a presidenta.
Ainda sobre as investigações da Lava Jato, a presidenta Dilma ressaltou: "Se tivesse culpa no cartório, me sentiria muito mal. Eu não tenho nenhuma. Nem do ponto de vista moral, nem do ponto de vista político".
Dilma também reafirmou o compromisso de seu governo em apurar as irregularidades. "O Brasil merece que a gente apure coisas irregulares. Não vejo isso como pagar conta. É outro approach. Muda o país para melhor. Ponto. Agora excesso, não [aceito]. Comprometer o Estado democrático de direito, não. Foi muito difícil conquistar. Garantir direito de defesa para as pessoas, sim. Impedir que as pessoas sejam de alguma forma ou de outra julgadas sem nenhum processo, também não [é possível]", disse.
Ainda sobre as manobras golpistas, afirmou: “E venha tentar, venha tentar. Se tem uma coisa que eu não tenho medo é disso. Não conte que eu vou ficar nervosa, com medo. Não me aterrorizam”.
Dilma disse que seu governo está empenhado em fazer o ajuste fiscal "porque quanto mais rápido fizermos, mais rápido sairemos dele" e destacou que prepara "medidas estruturantes que contribuem ao mesmo tempo para o ajuste como para o médio e longo prazos". E salientou: “Até o final do ano vou fazer o diabo para fazer a menor (recessão) possível".