Quem defende a democracia repudia tentativas de afastar Dilma 

De acordo com a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), quem defende a democracia deve repudiar as tentativas, a qualquer custo, de afastamento do cargo da presidenta da República, Dilma Rousseff. 

Quem defende a democracia repudia tentativas de afastar Dilma - Agência Senado

Vanessa Grazziotin reconheceu haver uma crise política. “Algo normal em regimes democráticos”, afirmou, acrescentando que “ a solução não está na quebra da ordem democrática.

Quanto à crise econômica, a senadora lembrou que o mundo todo enfrenta dificuldades. E isso não pode ser atribuído à presidenta Dilma, mas ao próprio regime capitalista, que, por sua própria essência, experimenta períodos como os atuais.

A senadora assegurou que os partidos que compõem a base aliada ao governo estão unidos contra qualquer tentativa ilegal de afastar Dilma Rousseff do governo, como defendem alguns setores da oposição.

“Fica muito feio para a oposição, depois de 51 anos de imposição da ditadura militar, querer chegar ao governo a qualquer custo e de qualquer forma. O momento é de crise? Não há dúvida nenhuma. Crise política e crise econômica. Mas uma crise que nós estamos buscando as alternativas e a saída”, afirmou.

Repercussão na Câmara

Na Câmara, a líder do PCdoB, deputada Jandira Feghali (PCdoB-foto) também avaliou, em discurso no plenário da Câmara, no início desta semana, as falas dos tucanos na convenção nacional do Partido no último domingo (5). “Traindo essa tradição democrática do PSDB, ele (o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse: ‘O governo vai cair e nós estamos prontos para assumir’. O que é isso, senão uma defesa clara, explícita, aberta de quem vestiu a carapuça na defesa do impeachment?”

“Nós estamos aqui fazendo um chamamento aos democratas deste País, sejam eles de que partido for; estamos fazendo um chamamento à sociedade brasileira, para se perfilar pela legalidade democrática, pelo Estado Democrático de Direito, contra os golpistas, representados pelo PSDB e seus assemelhados — porque aqui existem os assemelhados que se disfarçam por trás de outros discursos”, afirmou a líder comunista.

E acrescentou que “nós não aceitaremos esse consórcio golpista que se articula como se fosse a República do Galeão, só que aqui o atentado não é contra o Major Rubens (Vaz, assessor do ex-presidente Getúlio Vargas); aqui o atentado é contra a democracia, e nós não aceitaremos.”

Também o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) falou sobre os discursos da convenção do PSDB. “Eu acompanhei, no último final de semana, o convescote tucano que aconteceu aqui em Brasília. E me causou muita apreensão o partido de Franco Montoro, o partido de Mário Covas, um partido com profunda tradição democrática aliar-se a outras perspectivas com sentido golpista.”

Segundo o parlamentar, “o PSDB perdeu as eleições de 2014, então tem que respeitar os resultados das urnas e não querer, no ‘tapetão’, impedir o curso do mandato da presidenta Dilma Rousseff.”