Promotoria russa reúne provas de crimes de guerra na Ucrânia
A promotoria russa anunciou nesta quinta-feira (9) a recopilação de provas sobre crimes de guerra cometidos contra 20 mil pessoas pelo exército no sudeste da Ucrânia, cujo governo chegou ao poder depois de um golpe de estado.
Publicado 09/07/2015 14:25

O Comitê de Investigações da Rússia (SK) indicou que abriu ao menos 55 processos judiciais contra suspeitos de crimes de guerra na operação das forças armadas contra a população insurreta no sudeste ucraniano, iniciada em abril de 2014.
Umas 100 mil pessoas foram interrogadas para reunir provas de constantes violações de leis internacionais pelo exército ao realizar bombardeios aéreos contra a população civil em povoados da autoproclamada República Popular de Donetsk.
O porta-voz do SK, Vladimir Markin, afirmou que a Rússia está disposta a entregar as provas compiladas ao Tribunal Penal Internacional para processar os responsáveis por crimes de lesa humanidade.
As forças armadas ucranianas destruíram residências, hospitais, escolas, moradias e outros componentes da infraestrutura de Donetsk e Lugansk, situadas na região carbonífera do Donbass, com saldo de ao menos 6,5 mil mortos, em sua maioria civis, afirmou.
O anúncio de Markin conhece-se depois da petição apresentada ontem pela chefatura de Donetsk ao Conselho de Segurança da ONU com o fim de criar um tribunal especial para julgar os que cometeram delitos de lesa humanidade no sudeste ucraniano.
No entanto, especialistas advertiram aqui dos riscos da transformação do novo ente processual em um instrumento manipulado pelo Ocidente para fazer sentar no banco a vítima em lugar do agressor, no meio de uma forte campanha midiática contra a Rússia.
O Ocidente acusa Moscou de conduzir uma invasão da Ucrânia, enquanto as autoridades desse país aceleram a formação da imagem de inimigo da Rússia para justificar a continuidade de uma operação bélica no meio de um país em crise.
A retórica antirrusa, que beira o neofascismo, chega ao ponto de proibir a projeção, na Ucrânia, de filmes com atores russos ou soviéticos, a quem se deseja incluir em uma lista suja.
Fonte: Prensa Latina