Revista alemã revela plano secreto da Turquia para agredir Síria
Gravações secretas feitas pela Agência de Segurança Nacional estadunidense (NSA) de conversas entre funcionários do governo da Turquia e que foram reveladas pela revista alemã Focus, trazem novas evidências de planos de agressão de Ancara contra a Síria.
Publicado 09/07/2015 14:15

A publicação alemã, que foi às bancas nesta quinta-feira (9) apresentou um relatório que revela os diálogos entre importantes personalidades do governo, durante uma reunião realizada em 2014 no Ministério de Relações Exteriores turco.
Segundo o texto divulgado, nessa reunião discutiu-se uma estratégia para invadir o território sírio, utilizando o grupo terrorista Estado Islâmico (EI) como ponta de lança.
Nos diálogos gravados pela NSA e divulgados pela Focus estão envolvidos o atual primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, o vice-chanceler Feridun Sinirlioglu, o chefe da Organização Nacional de Inteligência da Turquia (MIT), Hakan Fidan, e o chefe adjunto do Estado Maior, general Yaser Guler.
As gravações secretas da NSA revelam que o governo, liderado pelo então primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan, elaborou um plano de ataque falso contra a capital síria, onde participariam bandos do grupo Estado Islâmico, para assim justificar uma intervenção das tropas turcas neste país árabe.
Não é a primeira vez que vêm à tona revelações de reuniões secretas entre funcionários turcos sobre o tema sírio, pois em 27 de março de 2014 fragmentos de várias gravações de uma reunião da equipe de segurança nacional da Turquia foram divulgadas no Youtube.
Desde o fim do mês passado, mais de 12 mil soldados turcos e várias unidades de tanques estão empregados na fronteira que divide ambos países, sob a desculpa de uma crescente atividade das milícias curdo-sírias que enfrentam os grupos extremistas antigovernamentais.
A sua vez, através da fronteira turca, milhares de mercenários jihadistas de diferentes países do mundo se infiltram na Síria, com o propósito de se incorporar aos grupos terroristas que operam naquele país.