Publicado 13/07/2015 11:01

"Eu não vejo condições jurídicas para se falar em crime fiscal. Primeiro, o julgamento do TCU não foi feito; segundo, a decisão do TCU não foi referendada pelo Legislativo. Terceiro: mesmo que referendada, pode ser impugnada pelo Judiciário. Quarto: não existe nenhuma imputação direta à presidenta da República, existem, inclusive, autoridades que são responsáveis", disse ele em entrevista ao jornal Valor Econômico desta segunda-feira (13)
Para Cardozo, "estamos a anos-luz" de uma situação que pudesse justificar o impeachment. O que existe, segundo ele, é um clima de "revanchismo" na política com o uso da Operação. De acordo com o ministro, as delações premiadas devem ser analisadas sob a perspectiva de que o delator "pode falar a verdade, mentir ou dizer meias verdades".
"Acredito que o governo tem feito tudo o que deve fazer, do ponto de vista da investigação ou de garantir autonomia investigativa, e do ponto de vista da política econômica. Não vejo a oposição colocar nenhuma proposta de mérito para o país. O debate que se coloca é dos que querem contestar o resultado das urnas, como queriam no dia seguinte às eleições. É um debate empobrecedor da democracia”, disse.