Centrais sindicais latino-americanas defendem Dilma e a democracia
Representantes de centrais sindicais da América do Sul se reuniram com a presidenta Dilma Rousseff na noite desta quinta-feira (17) e manifestaram apoio ao governo e preocupação com a continuidade da democracia. Os dirigentes entregaram à presidenta uma declaração, em nome da Coordenadoria de Centrais Sindicais do Cone Sul, onde denunciam as tentativas de desestabilização dos governos progressistas do continente nos últimos anos.
Publicado 17/07/2015 10:44

Dilma agradeceu o apoio recebido e afirmou que considera importante este diálogo com o movimento sindical. Ela disse ainda que a posição das centrais vai influenciar nos desdobramentos da reunião com os chefes de Estado do Mercosul que ocorre nesta sexta-feira (17), durante o encontro será assinado por eles a Nova Declaração Sócio Laboral do bloco.
A presidenta valorizou o Focem (Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul) como instrumento para diminuir as assimetrias entre os países e fortalecer a integração não só no âmbito comercial, mas também no social e cultural. Desde que foi criado, o fundo tem contribuído para melhorar setores como habitação, transportes entre outros.
O dirigente da CTB, Augusto Vasconcelos, que representou a Central junto à secretária de Fromação, Celina Arêas, destacou a importância dos trabalhadores para combater as tentativas de golpe e garantir a democracia no país.

Secretária de Formação da CTB, Celina Arêas, e o dirigente Augusto Vasconcelos junto à presidenta Dilma
Augusto esclareceu que nem sempre as atitudes dos governos estão em sintonia com a luta das Centrais, no entanto, apesar das críticas, os trabalhadores têm consciência da importância de manter o apoio aos governos eleitos democraticamente. “Uma eventual derrota desse projeto fará o jogo dos nossos adversários e não podemos ser ingênuos", alertou.
Antonio Jara, coordenador das Centrais Sindicais do Cone Sul (CCSCS), citou os casos de situações ocorridas recentemente pelos governos do Paraguai, Equador e da Argentina para comparar com a situação brasileira. "Nossa solidariedade por ataques que tanto ela [Dilma] como o governo vem sofrendo”, disse. “Uma das nossas principais preocupações é a democracia.
Queremos que movimentos sindicais trabalhem para fortalecer a democracia", acrescentou.
Andres Larisgottia, que participa do movimento sindical argentino, afirmou que a classe trabalhadora não pode ficar indiferente à conjuntura difícil. "Temos clareza de que com a ausência da democracia, quem mais sofre são trabalhadores e trabalhadoras", complementou Antonio Lisboa, representante CUT.
A reunião contou com a presença de representantes das centrais que compõem a CCSCS, entre elas a CTB, CUT, UGT, Foça Sindical, PIT-CNT, CGT e CTA. Os dirigentes estão reunidos em Brasília durante toda esta semana para participar da 48ª Cúpula do Mercosul.