Isolado, Netanyahu demonstra desespero

Carter chegou na segunda-feira (20) a Israel em um percurso que abarca também Jordânia e Arábia Saudita para explicar a postura de seu governo com relação ao acordo assinado pela República Islâmica com o Grupo 5+1 sobre seu programa atômico com fins pacíficos, depois de 12 anos de guerra verbal.

Funcionários do escritório de Netanyahu, que lamentou a assinatura do acordo e, em especial, o levantamento de sanções contra Teerã, disseram ao jornal israelense Haaretz que o premiê fala em tirar a vida se o Legislativo estadunidense, de maioria republicana, referendar o acordo.

Segundo o influente jornal, que cita porta-vozes oficiais, "Netanyahu ameaça se matar porque é a única opção que lhe resta para persuadir os congressistas democratas a se unirem aos republicanos, votarem contra seu presidente e impedir a adoção do acordo".

Apesar do dramatismo da situação, Netanyahu recebeu com um amplo sorriso e um forte aperto de mão o secretário estadunidense, mas ambos declinaram fazer comentários depois de sua prolongada conversa.

O premiê israelense tem dado demonstrações de capacidade dramática, entre as mais relevantes em 2012 quando diante de uma sessão da Assembleia Geral da ONU mostrou o que descreveu como uma bomba atômica e assegurou que o Irã estava perto de ter suficiente urânio para produzi-la.

O esquema que apresentou perante a assembleia, dividido em três segmentos, mostrava uma bomba similar às que aparecem nas tiras cômicas.

Antes de mencionar o suicídio, Netanyahu e seu ministro de Defesa, Moshe Yaalon, declararam com poucas horas de diferença que Israel se reserva ao direito de atacar as centrais nucleares iranianas.

Teerã já advertiu, em várias ocasiões, que responderá a qualquer agressão militar israelense com golpes demolidores.