Desinformação e difamação: Jean Charles de Menezes 10 anos depois 

No dia 22 de julho de 2005, o jovem imigrante Jean Charles de Menezes deixou seu apartamento em Tulse Hill, no sul de Londres, como fazia sempre. Naquele dia ele perderia a vida, seria vítima da violência, do preconceito e da mídia sensacionalista. Aquele dia foi o ponto de partida para uma cadeia de erros que colocaria um fim prematuro à vida do brasileiro de 27 anos.

Desinformação e difamação: Jean Charles de Menezes 10 anos depois

Em uma reflexão sobre os 10 anos sem Jean Charles de Menezes, Urariano Mota fala da perversidade promovida por essa sucessão de erros em sua coluna Prosa, Poesia e Arte.

"Completaram-se 10 anos do assassinato de Jean Charles de Menezes, que teria sido confundido com um terrorista no metrô de Londres. Na 'comemoração' desse crime sem punição, o site da BBC Brasil publicou as declarações do ex-superintendente para o distrito de Hackney, Leroy Logan. Segundo ele, a Scotland Yard, confundiu Jean Charles com o imigrante etíope Osman Hussain por consequência de racismo institucionalizado", pontuou o colunista.

Urariano lembra que "chegaram a adulterar o perfil, difamando a memória de Jean Charles na internet. Em 2014, ficou provado que alterações feitas no texto da Wikipédia sobre o brasileiro Jean Charles de Menezes haviam sido realizadas em computadores usados pelo governo britânico. De acordo com o jornal inglês “The Guardian”, ativistas rastrearam o IP (número que identifica um computador na internet) e determinaram a autoria de um novo parágrafo, que criticava os grupos que exigiram investigações mais detalhadas sobre o caso de Jean Charles".

E completou: "O texto que dá vida a essa coluna foi escrito há 10 anos e continua atual pela impunidade eterna dos policiais britânicos".