Miguel do Rosário: A campanha para destruir a Odebrecht
Pode parecer irônico um blogueiro de esquerda defender a Odebrecht. Mas eu defendo. Quem olhar a conjuntura, entenderá perfeitamente que a defesa da nossa principal empresa de engenharia é uma questão estratégica. É algo que vai muito além das disputas ideológicas.
Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho
Publicado 26/07/2015 15:05
Se perdermos a Odebrecht, perderemos boa parte do que investimos na África, por exemplo.
Se lembrarmos que a Odebrecht é a principal detentora nacional de tecnologias militares, através de sua participação em projetos como o submarino nuclear, satélites, projetos tecnológicos, balística, pode-se entender melhor quem são os patrocinadores interessados em sua destruição.
A Odebrecht não será defendida por EUA ou China, ambos com interesses em avançar sobre seus despojos, na África, nas Américas, na Ásia, em toda parte.
A grande mídia brasileira em peso, a começar pela Globo, iniciou uma grande campanha para destruir a Odebrecht.
Esses ataques internos já começaram a alimentar ataques lá fora, e agora ambos se retroalimentam.
A mídia brasileira quer destruir a Odebrecht para derrubar o governo. Se a Odebrecht for destruída, ela terá dificuldade para completar as obras em andamento e pagar os financiamentos contraídos junto ao BNDES.
Essa é a bomba que os golpistas querem explodir para aniquilar Lula.
Agem como terroristas da Al Qaeda: não se importam com a destruição promovida, até porque os seus patrocinadores pagam justamente na proporção do estrago. Quanto mais destruição, melhor o pagamento.
O jogo é pesado, brutal e a gente está cansado de saber que a mídia não joga ao lado do Brasil.
A destruição da Odebrecht faz parte da conspiração Lava Jato, na qual, além dos incontáveis arbítrios, violências, inovações processuais, existem elementos estranhíssimos.
Desde as revelações do Wikileaks e, em seguida, do Snowden, adquirimos o direito, quase a obrigação, de sermos paranoicos.
Quem está abastecendo a conspiração com a íntegra de emails, whatsapps, celulares, todo o tipo de informação sigilosa, necessária para promover a destruição da Odebrecht?
Tudo isso foi apreendido pela PF, ou foi repassado a ela por agências de espionagem?
Se o Estado sabe tudo, e se vaza seletivamente, então não estamos diante de uma busca pela justiça – e sim diante de uma operação de guerra que visa destruir a empresa, obviamente para beneficiar outros agentes.
Quem se beneficia da destruição da Petrobrás, do BNDES, da Odebrecht, do PT?
O interesse nacional tem de estar acima de tudo.
Não podemos permitir que a luta contra a corrupção seja manipulada para destruir nossas principais empresas, nem nossos principais partidos políticos.
Essas instituições fazem parte da nossa infraestrutura econômica, energética, financeira, política.
Atacar nossa infraestrutura é estratégia de guerra geopolítica. Quem se beneficia com isso são outros países.
E beneficia a mídia bandida.
A mídia brasileira, além de ser um braço do imperialismo em nosso país, é uma ave de rapina que se alimenta de destruição, morte e carniça.
A corrupção tem que ser combatida permanentemente, mas as instituições devem ser preservadas.
Os corruptos devem ser presos – após um processo, após uma sentença, após uma condenação, após terem o direito a todos os recursos.
É chato, mas é a democracia.
Aprendam com a Suécia, o país menos corrupto do mundo: a melhor maneira de combater a corrupção é aumentar a transparência e a vigilância.
Last, but not least, temos que tomar muito cuidado com pesquisas de popularidade.
Isso também é uma tentativa de burlar o sufrágio universal.
Isso também faz parte do golpe.
A mídia faz campanhas negativas pela manhã, e divulga pesquisa à noite.
Ora, se a mídia passasse duas semanas falando bem da Dilma, ajudando-a a governar, ajudando o governo a harmonizar os interesses conflitantes no Congresso e na sociedade, a popularidade de Dilma crescia uns dez ou vinte pontos.
Dilma e o governo cometem muitos erros. A incompetência oficial em matéria de política e comunicação já é algo lendário, mas a campanha negativa da mídia responde por boa parte de sua baixa popularidade.
Além disso, em seu afã para derrubar o governo e fazer o jogo imperialista, a mídia está criando uma sociedade fascista.
Temos que organizar a resistência.
Abaixo, os advogados da Odebrecht denunciam os arbítrios da Lava Jato.