Centrais sindicais fazem ato pela retomada do desenvolvimento

As centrais sindicais realizam nesta terça-feira (28) ato contra a alta dos juros e pela retomada do desenvolvimento. “Ao pressionar por uma mudança na política macroeconômica, nós também levantamos a bandeira da taxação das grandes fortunas, de uma reforma tributária progressista para que o trabalhado não seja a principal vítima da crise”, defendeu o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adílson Araújo.

Adilson - Ato Banco Central - CTB

Nesta terça (28), o Comitê de Política Monetária (Copom) inicia a reunião para definir a taxa de juros. Para pressionar pela redução, as centrais CTB, CUT, Força Sindical, UGT, Nova Central e CSB realizam ato em São Paulo, na avenida Paulista, em frente ao prédio do Banco Central, e também na sede do Banco em Brasília. Atualmente, a taxa Selic está em 13,75% ao ano.

Em nota conjunta, as centrais afirmam que a atual política de juros "derruba a atividade econômica, deteriora o mercado de trabalho e a renda, aumenta o desemprego e diminui a capacidade de consumo das famílias e, mais, reduz a confiança e os investimentos dos empresários, o que compromete a capacidade de crescimento econômico futuro".

Para as centrais sindicais, o aumento da taxa de juros tem sido ineficaz no combate a inflação, encarece o crédito para consumo e para investimentos, causa mais desemprego, queda de renda, piora o cenário de recessão da economia e ainda contribui para diminuir a arrecadação do governo. "E mais, concentra cada vez mais renda nas mãos de banqueiros e especuladores financeiros", enfatiza a nota.

CTB

“Sempre ressaltamos a importância de uma alteração no rumo da política macroeconômica em curso. A elevação dos juros e a alta do superavit primário têm impacto direto na renda do trabalhador e na política industrial”, salientou Adilson, da CTB, lembrando que estes pontos fazem parte da pauta de reivindicações das centrais sindicais aprovada na Conclat de 2010.

“Na medida que ascende a luta de classes, aprofunda-se as desigualdades e cresce a ofensiva contra os direitos dos trabalhadores a pressão deve contribuir para que possamos, efetivamente, retomar o caminho do desenvolvimento nacional”, defendeu o sindicalista.

Segundo o líder classista, “há uma pressão para que o governo se renda ao apelo do mercado”, o que também, segundo ele, tem dado ímpeto “a essa ofensiva golpista que também é contra os programas sociais, valorização do salário mínimo e contra o ciclo mudancista que promoveu a inclusão social".

“A ação do campo democrático e popular é para que o governo atenda aos apelos da maioria da população: menos juros e mais empregos”, finalizou Adílson.

O secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, destacou a necessidade da participação popular no Copom. “É coisa de um grupo de burocratas, que não entendem nada de produção. É antiga nossa reivindicação de que os trabalhadores também façam parte do Copom”, afirmou.