Sob clima de tensão militar, coreias iniciam negociações

Começaram neste sábado (22) a reunião de alto nível entre a República Popular Democrática da Coreia e a Coreia do Sul que visam prevenir um conflito militar.

Fronteira entre a Coreia Popular e Coreia do Sul - AFP

A delegação norte-coreana é liderada pelo chefe da direção política das Forças Armadas, Hwang Pyong-so, e o diretor do Departamento da Frente Unida do Partido dos Trabalhadores, Kim Yang-gon. O diretor do Escritório de Segurança Nacional, Kim Kwan-jin, e o ministro da Unificação, Hong Yong-pyo, representam a Coreia do Sul.

O diálogo foi acordado algumas horas antes do prazo final do ultimato da RPDC com exigência de parar a transmissão de “propaganda” contra o país por meio de altifalantes instalados na fronteira

As negociações acontecem na zona desmilitarizada, em Panmunjeom em meio a um clima de tensão em que ambos os exércitos estão estado de alerta.

Nesta sexta-feira (21), o líder da Coreia Popular, Kim Jong-Un, ordenou que suas tropas estivessem prontas para o combate com os vizinhos do sul, após intenso artilharia, sem baixas, na fronteira entre os dois países na última quinta.

Diante das agressões, a Coreia Popular exigiu que Seul desmontasse até sábado (22) o sistema de altifalantes utilizado para fazer propaganda contra o seu governo. "O decreto para a total prontidão do exército da Coreia do Sul foi determinado ainda na semana passada, por isso as ações da Coreia do Popular são medidas de resposta", disse o pesquisador chefe do Centro de Estudos Coreanos do Instituto de Estudos do Extremo Oriente da Academia de Ciências da Rússia, Konstantin Asmolov.

Segundo o analista, não se trata de uma reação repentina por parte da Coreia Popular. "Esta é a fase de um ruim agravamento, que está ligado, por um lado, com o contínuo exercício entre os EUA e a Coreia do Sul, que conta com mais de 50 mil soldados que praticou operações ofensivas no território da Coreia Popular", disse o especialista.